Quase 60 civis morrem em confrontos entre Exército e paramilitares no Sudão

16 abr 2023
Fique por dentro de todas as notícias pelo nosso grupo do WhatsApp!

Pelo menos 56 civis morreram, incluindo três funcionários da ONU, nas últimas 24 horas no Sudão, onde o Exército e um poderoso grupo paramilitar se enfrentam neste domingo (16), pelo segundo dia consecutivo.

A violência eclodiu no sábado (15), em meio a uma disputa de poder entre os dois generais que protagonizaram o golpe de Estado de 2021: o comandante do Exército, Abdel Fatah al Burhan, e o chefe das FAR, general Mohamed Hamdan Daglo, conhecido como "Hemedti".

Neste domingo, o Exército regular e os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (FAR) se enfrentavam com armas pesadas nos subúrbios do norte da capital, Cartum, e no sul da cidade, segundo testemunhas.

Ambos os lados anunciaram a abertura de corredores humanitários, a partir das 11h (horário de Brasília), com duração de três horas, para retirar feridos.

Sem água e sem luz, os habitantes de Cartum estão há 24 horas entrincheirados em suas casas, enquanto combates com armas pesadas acontecem nas ruas.

"Os disparos e as explosões não param", disse Ahmed Hamid, de 34 anos, morador de um subúrbio do norte de Cartum.

Os combates se concentram na capital e em Darfur, ao oeste do país.

De acordo com uma rede de médicos pró-democracia, 56 civis e "dezenas" de combatentes morreram, e mais de 600 pessoas ficaram feridas.

O Programa Mundial de Alimentos (PMA) anunciou a suspensão de suas operações no país após a morte, no sábado, de três funcionários que trabalhavam para esta agência especializada das Nações Unidas.

- Apelos pela moderação -

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, ligou para os dois generais para exigir "o fim imediato da violência".

A União Africana (UA) anunciou que o presidente da Comissão, Mussa Faki Mahamat, viajará "imediatamente" para o Sudão para orientar ambas as partes no sentido de um cessar-fogo.

A pedido do Egito e da Arábia Saudita, a Liga Árabe tem hoje uma reunião de emergência para discutir a situação.

Países como China, Reino Unido, Rússia e membros da União Africana e da União Europeia pediram um cessar-fogo. E o papa Francisco fez um apelo pela retomada do diálogo no país.

Por enquanto, porém, nenhum dos dois generais parece disposto a conversar.

"Burhan, o criminoso, deve se render", disse Hemedti em entrevista à rede dos Emirados Sky News Arabia.

O exército, por sua vez, publicou no Facebook um "aviso de procura" contra Hemedti.

"Este criminoso foragido é procurado pela Justiça", dizia a mensagem.

O último episódio de violência se soma à repressão às manifestações pró-democracia que abalaram o país nos últimos 18 meses e deixaram mais de 120 civis mortos.

Meta

Twitter


FONTE: Estado de Minas


VEJA TAMBÉM
FIQUE CONECTADO