G7 mostra unidade em relação à China
Os chefes da diplomacia do G7 mostraram, nesta segunda-feira (17) no Japão, sua unidade em relação à China, negando qualquer divergência de opiniões sobre o gigante asiático.
Reunidos na exclusiva estação de esqui de Karuizawa, a cem quilômetros de Tóquio, os chanceleres dos principais países industrializados dedicaram grande parte de suas discussões à ascensão da China e reiteraram seu apoio à Ucrânia contra a Rússia.
A presidência japonesa do G7 (que inclui Japão, Estados Unidos, Canadá, Alemanha, França, Itália e Reino Unido) organizou um jantar a portas fechadas sobre a China e a Coreia do Norte na noite de domingo.
Os ministros condenaram os recentes lançamentos de mísseis norte-coreanos e reafirmaram "a firme determinação do G7 de não aceitar qualquer tentativa de mudar o status quo pela força", segundo um resumo dessa reunião.
Em meio às tensões entre China e Taiwan, um destróier dos Estados Unidos navegou no Estreito de Taiwan no domingo, onde Pequim, que afirma que a ilha faz parte de seu território, sediou exercícios militares recentemente.
"A comunidade internacional está agora em um ponto de virada histórico", insistiu o chanceler japonês, Yoshimasa Hayashi, nesta segunda-feira.
Os comentários recentes do presidente francês, Emmanuel Macron, também estiveram presentes na reunião.
No retorno de uma visita à China, ele disse que a Europa deve evitar "crises que não são [suas]", referindo-se à posição dos Estados Unidos no conflito entre China e Taiwan, e defendeu a "autonomia estratégica" da Europa.
Publicamente, as autoridades americanas, incluindo o secretário de Estado, Antony Blinken, abstiveram-se de comentar essas declarações e Paris procurou neutralizar a controvérsia, reafirmando que a posição da França não mudou.
A França continua "profundamente comprometida em respeitar o status quo e em preservar a paz e a estabilidade entre as duas margens do Estreito de Taiwan", lembrou a ministra francesa, Catherine Colonna.
- Consenso -
Blinken e Colonna encontraram-se nesta segunda-feira à margem do G7, em uma demonstração, segundo Blinken, de sua "convergência" de pontos de vista.
"Estamos unidos, estamos claramente enviando o mesmo sinal para o resto do mundo de que qualquer situação exige respeito ao direito internacional, uma pré-condição para o resto", disse Colonna a repórteres.
"Muitos ministros visitaram recentemente a China", disse uma autoridade dos EUA, que não quis ser identificada, evocando um "amplo consenso na sala para permanecerem comprometidos com a China".
No entanto, especialistas apontam dificuldades.
"Os europeus têm se aproximado das posições defendidas pelos Estados Unidos sobre China e Taiwan. Mas isso não é um consenso", afirma Jacques deLisle, do Foreign Policy Research Institute.
A chanceler alemã, Annalena Baerbock, pediu aos países europeus que não se "limitem a defender a ordem de paz europeia" ou a "recuarem para a sua concha", mas que ajam "com uma ampla visão do mundo".
Os ministros também concordaram em intensificar seus esforços para "prevenir e responder à evasão de sanções" contra a Rússia e o "fornecimento de armas de terceiros para a Rússia", o que pode ser visto como uma nova advertência à China.
FONTE: Estado de Minas