Ação policial no Rio termina com morte de criança e adolescente
Um jovem de 17 anos e uma criança de cinco morreram na manhã deste sábado (12) após uma ação policial na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio de Janeiro.
A Secretaria de Polícia Militar do Rio de Janeiro disse que equipes do 17º batalhão da PM da Ilha do Governador faziam patrulhamento na Rua Paranapuã quando tentaram abordar dois homens em uma motocicleta.
De acordo com informações da PM, o ocupante do carona da moto carregava uma pistola e teria disparado contra os policiais, que teriam revidado.
O adolescente de 17 anos foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros e levado em estado grave para o Hospital Municipal Evandro Freire, aonde já chegou sem vida. O condutor da moto foi detido e levado para a delegacia.
Após a morte na ação policial, moradores da comunidade do Dendê protestaram e queimaram ao menos três ônibus na Rua Paranapuã.
O Batalhão de Rondas e Controle de Multidão da Polícia Militar foi acionado para apoiar o Corpo de Bombeiros, chamado por volta das 8h20 para debelar o incêndio.
No momento em que ocorria o protesto, uma menina de cinco anos identificada como Eloá Passos foi atingida por uma bala perdida dentro de casa na comunidade do Dendê, nas proximidades da rua Paranapuã.
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Em entrevista à TV Globo, Lidiane Passos, prima de Eloá, afirmou que a menina estava no quarto, brincando, quando foi atingida por um tiro. Ela chegou a ser levada para o Hospital Municipal Evandro Freire, mas chegou ao local sem vida.
"Estava acontecendo a manifestação. Mandaram tiro para dentro da comunidade, mas atingiu uma criança de cinco anos. A gente não esperava isso [...] Não é a primeira nem segunda vez que o Estado, que a polícia mata criança e adolescente. Semana passada foi um menor, hoje é uma criança de cinco anos. Até quando? Até onde vai isso?", disse.
A PM afirmou que não houve operação policial no interior da comunidade e que instaurou um procedimento para averiguar as circunstâncias das ações. Os casos estão sendo investigados por equipes da Polícia Civil.
A corporação disse também que as imagens das câmeras corporais dos policiais serão disponibilizadas para auxiliar nas investigações.
O Rio de Janeiro registrou outros episódios de violência policial na última semana. No domingo (6), o menino Thiago Flausino, 13, foi baleado e morto enquanto passeava de moto na Cidade de Deus.
Segundo os familiares, o tiro que atingiu o garoto partiu de um policial militar do Batalhão de Choque. Os parentes afirmam que o PM também disparou contra o jovem quando ele estava deitado ferido no chão. A Divisão de Homicídios e a PM apuram o caso.
Na madrugada do mesmo dia, um jovem morreu baleado por um PM na saída de um baile funk no morro do Santo Amaro, no Catete, na zona sul da cidade. A morte de Guilherme Lucas Martins Matias também é investigada pela Polícia Civil, que apreendeu a arma utilizada pelo agente.
FONTE: Estado de Minas