EM é finalista do Prêmio CNT
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O Estado de Minas é finalista do Prêmio CNT de Jornalismo, uma das principais premiações do país, promovida pela Confederação Nacional do Transporte (CNT). Foi indicado para a etapa final – na categoria Impresso, a série de reportagens “Raio X das mortes no trânsito: Onde mais acontecem, quais são as causas e como podem ser evitadas”, de autoria dos repórteres Mateus Parreiras e Luiz Ribeiro e que contou também com a participação dos fotógrafos Edésio Ferreira e Leandro Couri. Os vencedores serão anunciados até o início de novembro, em Brasília.
As reportagens, elaboradas e publicadas ao longo de cinco meses, entre março e agosto de 2023, mostram uma completa radiografia do perigo e da carnificina nas estradas brasileiras, apresentando as causas e apontando os caminhos de soluções para se evitar as mortes no trânsito, a partir de entrevistas com representantes de órgãos e entidades do setor e com especialistas. Além de consultar estudos e reunir dados, os repórteres do EM percorreram centenas de quilômetros nas rodovias para mostrar “in loco” os riscos enfrentados por motoristas e pedestres. Também foram registrados emocionantes depoimentos de pessoas que perderam entes queridos nas tragédias e com brasileiros que precisam encarar o perigo nas vias diariamente.
Em trabalho inédito, foi feito um mapeamento exclusivo sobre os pontos mais mortais das rodovias do país, onde ficam curvas, trevos e outras armadilhas. O diagnóstico foi realizado a partir do processamento de dados dos acidentes georreferenciados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) entre janeiro de 2020 e janeiro de 2023, compilados sob orientação de especialistas em transporte e trânsito.
O levantamento mostrou que o ponto com mais perdas de vidas na malha rodoviária brasileira no KM 406 da BR 010, em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza. O segundo ponto mais letal está situado na Fernão Dias (BR 381), no Bairro de Jaçanã, na Zona Norte de São Paulo.
Dos 10 pontos mais mortais da malha rodoviária nacional, três estão em Minas Gerais, dois deles na BR-251, a mais mortífera do estado por esse critério, e a que tem maior concentração de lugares críticos. As equipes de reportagens percorreram e documentaram os riscos na BR 251 e em outras rodovias federais que cortam o estado: BR 381 (a “rodovia da morte), BR 381/Fernão Dias, BR 040 e a BR 135.
Além dos relatos sobre os sinistros com veículos automotores, o trabalho jornalístico do EM fez uma abordagem inédita sobre a ocorrência de acidentes com ciclistas no Brasil, que mostrou que, ao m esmo tempo que aumenta a mobilidade sobre duas rodas cresce as perdas de vidas pelo uso desse tipo de deslocamento. Especialistas alertam que a probabilidade de u m ciclista morrer em um acidente de trânsito é oito vezes maior do que a chance de morte de um condutor de um carro.
Estatítica
As reportagens revelaram que as mortes no trânsito brasileiro, que vinham em queda desde 2014, voltaram a aumentar a partir de 2021, elevando também os gastos do Ministério da Saúde com os procedimentos médicos das vitimas que procuram as unidades de saúde conveniadas ao Sistema Único de Saúde (SUS). O EM localizou em diferentes lugares pessoas q eu perderam entes queridos na carnificina das estradas e vivem um drama que não parece ter fim.
Por outro lado, no encerramento da série de reportagens, foram ouvidas entidades e especialista que apontam as medidas que devem ser adotadas para frear as mortes no trânsito brasileiro. O médico de tráfego José Montal, diretor da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet), afirma que existem medidas que podem adotadas para eliminar a mortandade nas estradas. Ele sugere que o Brasil deveria seguir o modelo da Suécia, que, desde 1997, adotou o Programa Visão Zero, cuja premissa é que nenhuma morte prematura no trânsito é aceitável. Ele lembra que o Brasil ainda tem uma média anual superior a 20 pessoas mortas por cada 100 mil habitantes. “Alguns países da Ásia e da Europa matam no trânsito até 10 vezes menos do que isso”, compara.
FONTE: Estado de Minas