Silveira e especialistas explicam apagão no Brasil
O apagão nacional ocorrido em 25 estados e no Distrito Federal, nesta terça-feira (15/8), entre 8h31 e 14h49, foi considerado um evento raro pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD).
“Operamos no modelo N – 1, que é redundante. Ou seja, é necessária uma duplicidade de dois eventos de grande magnitude concomitantemente”, ponderou.
De acordo com ele, um relatório completo só será disponibilizado em 48 horas, mas já é possível afirmar que um dos problemas ocorreu no Norte do Ceará. O único estado não atingido foi Roraima, que não faz parte do Sistema Interligado Nacional (SIN) - a energia no estado é fornecida por termelétricas locais.
A ação foi vista com naturalidade por especialistas. “Entrou em vigor um protocolo do ONS chamado Esquema Regional de Alívio de Carga (Erac). Como muitas usinas foram desconectadas por algum distúrbio, as demais poderiam aumentar a produção e suprir a necessidade. O plano corta a energia de áreas de menor impacto e passa para as regiões de mais importância”, explicou Lucas Freitas de Paiva, CEO da startup Lead Energy e especialista em energia elétrica.
“O sistema faz com que todas as usinas e casas estejam conectadas de alguma forma, reduzindo os riscos e aumentando as seguranças. Em 2001, as ligações não eram muito fortes. Não conseguimos levar a energia do sul para o resto do país. Essas ligações são muito importantes para aumentar a segurança do sistema”, explica.
“O que pode ter ocorrido hoje é uma elevação no fluxo de carga em algum ponto de conexão, visto que o SIN segue com sobre oferta de energia e em meio ao período do ano em que registramos os melhores ventos para produção de energia eólica, indo de junho a novembro, conhecido como safra dos ventos. Relembrando que até o momento a motivação não foi apontada pelo ONS”, declarou.
“Houve o desligamento automático de diversas linhas de transmissão, separando o subsistema Norte do Nordeste e essas duas regiões dos subsistemas Sul e Sudeste/Centro-Oeste. Com a separação dos subsistemas, o Norte ficou com excesso de geração, o que provocou sobretensão nas linhas, levando à perda das linhas de transmissão. A frequência chegou a 70 Hz, a região Norte veio a blecaute. Na ocasião o ERAC atuou em 5 estágios e a frequência se normalizou em 60 Hz”, acrescenta Feretto.
Impacto no Brasil
Em São Paulo, os trens da linha 4-amarela do metrô e da Linha 15-prata do monotrilho tiveram a velocidade reduzida e o intervalo de parada entre as estações aumentado. Em Salvador, os passageiros andaram sobre os trilhos após os trens do sistema metroviário pararem de funcionar. Em Belo Horizonte, trens não circularam e as estações ficaram fechadas durante parte da manhã.
FONTE: Estado de Minas