Argentina pede ao FMI na ONU que deixe de cobrar sobretaxas de juros
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, reivindicou nesta terça-feira (19) ao Fundo Monetário Internacional (FMI), durante a Assembleia Geral da ONU, que deixe de aplicar sobretaxas a países endividados.
"É vergonhoso que o FMI aplique sobretaxas nos juros para muitos países, aos quais se torna insuportável carregar o peso da dívida externa", disse Fernández, um peronista de viés progressista cujo mandato termina em 10 de dezembro.
A Argentina pegou um empréstimo do FMI em 2018, durante o governo do liberal Mauricio Macri (2015-2019), de 57 bilhões de dólares (R$ 276 bilhões, na cotação atual). Contudo, depois que Fernández assumiu seu mandato, ele renunciou às parcelas pendentes e renegociou em 2021 os 44 bilhões (R$ 213 bilhões, na cotação atual) recebidos.
Segundo cálculos de Buenos Aires, a taxa básica de 4,033% que o FMI aplica sobe para 8,033% no caso argentino por diversas penalidades e sobretaxas financeiras.
Entre outros temas abordados em seu discurso na tribuna da ONU, Fernández voltou a exortar o Irã para que "coopere para poder avançar na investigação" do atentado terrorista contra o centro judaico-argentino AMIA em 1994, que deixou 85 mortos e 300 feridos.
A Justiça argentina mantém uma acusação contra governantes iranianos, e ainda não pôde interrogá-los.
Fernández também exortou os Estados Unidos a encerrarem "o inadmissível" bloqueio econômico sobre Cuba e "as sanções" aplicadas à Venezuela.
Além disso, e como faz o governo peronista a cada ano, voltou a denunciar que as Ilhas Malvinas "fazem parte do território argentino", mas "estão ocupadas ilegalmente pelo Reino Unido", nação que "se recusa a acatar uma resolução da ONU de 1965 de entrar em negociações de soberania".
FONTE: Estado de Minas