Banquisa antártica nunca havia sido tão pequena ao fim do inverno no hemisfério sul

25 set 2023
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A banquisa antártica nunca havia sido tão pequena no final do inverno, quando costuma atingir sua máxima extensão anual, desde que começaram os levantamentos científicos há 44 anos, anunciou nesta segunda-feira (25) o principal observatório dos Estados Unidos.

A banquisa, parte flutuante das grandes geleiras, derrete durante o verão e se reforma durante o inverno, estação que está atualmente terminando no hemisfério sul.

Em 10 de setembro, "o gelo marinho da Antártica atingiu uma extensão máxima anual de 16,96 milhões de km²", escreveu o Centro Nacional de Dados de Gelo e Neve (NSIDC, na sigla em inglês).

"Este é, de longe, o mínimo de gelo marinho registrado entre 1979 e 2023".

A extensão máxima atingida este ano é 1,03 milhão de quilômetros quadrados a menos que o recorde anterior, equivalente a quase o dobro da área da França.

Em fevereiro, no meio do verão no hemisfério sul, o gelo marinho da Antártica atingiu seu ponto mais baixo, com uma extensão mínima de 1,79 milhão de quilômetros quadrados, um recorde de derretimento, de acordo com o NSIDC.

Posteriormente, a banquisa se reformou a um ritmo incomumente lento, apesar da chegada do inverno.

No Ártico, onde agora termina o verão, o gelo marinho atingiu sua extensão mais baixa do ano, com 4,23 milhões de quilômetros quadrados, anunciou o NSIDC. É o sexto registro mais baixo em 45 anos de dados.

Por várias décadas, o gelo marinho da Antártica permaneceu estável ou até se expandiu ligeiramente.

Mas "desde agosto de 2016, a tendência relativa à extensão do gelo marinho antártico tem experimentado uma forte queda durante quase todos os meses do ano", explica o NSIDC.

A explicação é motivo de debate entre os cientistas, que relutam em estabelecer uma ligação formal com o aquecimento global, pois os modelos climáticos tiveram dificuldades no passado para prever mudanças na banquisa da Antártica.

Mas essa tendência desde 2016 parece agora estar "ligada ao aquecimento da camada superior do oceano", escreve o observatório americano.

"Há preocupação de que isso possa ser o início de uma tendência de longo prazo de diminuição do gelo marinho antártico à medida que os oceanos se aquecem globalmente".

A perda de gelo marinho não tem um impacto imediato no nível do mar, porque se forma quando a água salgada já presente no oceano congela. No entanto, o gelo branco reflete os raios do sol mais do que o oceano mais escuro, então sua perda intensifica o aquecimento global.

A perda de gelo marinho também expõe ainda mais as costas da Antártica às ondas, que podem desestabilizar a calota polar, que é formada por água doce. Se derretesse, causaria um catastrófico aumento no nível do mar.


FONTE: Estado de Minas


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