Candidato presidencial equatoriano é morto a tiros após comício
O jornalista e candidato presidencial equatoriano Fernando Villavicencio, de 59 anos, foi assassinado nesta quarta-feira (9), informou o presidente Guillermo Lasso, destacando que "o crime organizado foi longe demais".
Villavicencio, do movimento de centro Construye, foi morto a tiros ao deixar o local onde foi realizado um comício de campanha, no norte de Quito.
"Indignado e consternado com o assassinato do candidato presidencial Fernando Villavicencio. Minha solidariedade e condolências à sua esposa e filhas", expressou Lasso através da rede social X, antigo Twitter.
O presidente acrescentou que "pela sua memória e pela sua luta, garanto que este crime não ficará impune" e que "o crime organizado foi longe demais, mas receberá todo o peso da lei".
Em comunicado publicado nesta quarta-feira à noite, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil lamentou a morte de Villavicencio e pediu para que os responsáveis pelo crime sejam punidos.
"O governo brasileiro tomou conhecimento, com profunda consternação, do assassinato (...) de Fernando Villavicencio, candidato às eleições presidenciais no Equador", escreveu o Itamaraty.
"Ao manifestar a confiança de que os responsáveis por esse deplorável ato serão identificados e levados à justiça, o governo brasileiro transmite suas sentidas condolências à família do candidato presidencial e ao governo e povo equatorianos", acrescentou.
O Equador tem enfrentado nos últimos anos um aumento do crime relacionado ao tráfico de drogas, o que quase dobrou a taxa de homicídios para 25 por 100.000 habitantes em 2022.
Villavicencio era um dos oito candidatos presidenciais para o primeiro turno das eleições gerais antecipadas que ocorrerão em 20 de agosto.
O jornalista e ex-membro da Assembleia Nacional, que foi dissolvida em maio por Lasso, aparecia em segundo lugar na intenção de voto com 13,2%, atrás da advogada Luisa González (26,6%), a única mulher na disputa e afiliada ao ex-presidente socialista Rafael Correa (2007-2017), de acordo com a mais recente pesquisa da Cedatos.
O jornal El Universo, o principal do país, informou que Villavicencio foi assassinado "no estilo de um assassinato de aluguel, com três tiros na cabeça".
- "Ameaça gravíssima" -
Lasso convocou o gabinete de Segurança para a sede presidencial, bem como os titulares de órgãos estatais, como o Tribunal Nacional de Justiça, para "discutir esse incidente que abalou o país".
O médico Carlos Figueroa, amigo do candidato assassinado e que estava com ele no momento do ataque, relatou à imprensa que houve cerca de 30 disparos durante o atentado.
A polícia realizou uma explosão controlada no local do ataque, onde aparentemente havia uma bomba.
Há uma semana, Villavicencio denunciou ameaças contra ele e sua equipe de campanha, supostamente vindas do líder de uma gangue criminosa ligada ao narcotráfico, que está detido.
"Apesar das novas ameaças, continuaremos lutando pelo povo corajoso do nosso Equador", escreveu na época o político na rede social X.
Ele mencionou que recebeu uma "ameaça gravíssima" de "pseudônimo Fito", que lidera a organização "Los Choneros".
Quando era presidente da comissão legislativa de Fiscalização, Villavicencio continuou denunciando casos de corrupção, assim como vinha fazendo quando era jornalista.
A violência em pleno processo eleitoral no Equador também resultou no assassinato de um prefeito e de um candidato a deputado.
Antes das eleições locais realizadas em fevereiro no país, dois candidatos a prefeituras foram assassinados.
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FONTE: Estado de Minas