Dois israelenses suspeitos de terem matado um palestino são presos
Dois israelenses, entre eles um ex-porta-voz de uma deputada do partido de extrema direita no poder, foram presos como suspeitos da morte de um palestino em Burqa na quinta-feira, cidade da Cisjordânia ocupada, segundo meios de comunicação israelenses.
O exército de Israel confirmou ter recebido informações sobre "confrontos violentos entre civis israelenses e palestinos, na cidade de Burqa", ao leste de Ramallah.
"Durante os confrontos, civis israelenses dispararam contra os palestinos. Como resultado, um palestino morreu, outros quatro ficaram feridos e um veículo palestino foi encontrado incinerado", indicou, acrescentando que também houve feridos entre os israelenses por lançamento de pedras.
O suspeito de ter efetuado o disparo encontra-se hospitalizado, segundo veículos israelenses. O segundo preso é um ex-porta-voz de uma deputada do partido de extrema direita de Itamar Ben Gvir, atual ministro de Segurança Pública.
Os dois homens vivem em uma colônia da Cisjordânia, segundo a mesma fonte.
Neste sábado (5), foi realizado o funeral do jovem morto, Qusai Jamal Maatan, de 19 anos, indicou o Ministério da Saúde palestino e um jornalista da AFP no terreno.
Israel ocupa a Cisjordânia, lar de três milhões de palestinos, desde 1967. Cerca de 490 mil israelenses vivem neste território em assentamentos de colonos considerados ilegais pelo direito internacional.
Na última sexta-feira, o Hamas, movimento islamista palestino que governa a Faixa de Gaza, clamou vingança pela morte de Maatan, "assassinado por uma quadrilha de colonos", enquanto, neste sábado, o governo do Fatah instou a comunidade internacional a incluir o partido de Itamar Ben Gvir, Força Judaica, "nas listas internacionais de terroristas".
Enquanto isso, na noite de sábado, um homem ficou gravemente ferido em um ataque com arma de fogo em Tel Aviv e o agressor foi "neutralizado", disseram a polícia e os serviços de emergência israelenses.
Esses episódios ocorrem em um momento de tensão máxima na Cisjordânia, após uma série de ataques palestinos contra colonos israelenses e de atos de violência cometidos por colonos israelenses contra palestinos.
Pelo menos 207 palestinos, 27 israelenses, uma ucraniana e um italiano morreram desde o início de 2023 em episódios violentos relacionados ao conflito palestino-israelense, segundo uma contagem da AFP a partir de números oficiais.
FONTE: Estado de Minas