Em negociação com talibãs, delegação dos EUA pede respeito aos direitos das mulheres
Uma delegação americana criticou a repressão aos direitos das mulheres no Afeganistão durante uma reunião com autoridades talibãs em Doha, na qual reconheceu alguns avanços na luta contra o ópio, informou o Departamento de Estado.
Em negociações a portas fechadas, a delegação americana acusou os talibãs de "agravarem a situação dos direitos humanos, em especial das pessoas vulneráveis" como mulheres e crianças, informou um comunicado divulgado na segunda-feira (31).
Desde que tomaram o poder em agosto de 2021, os talibãs impõem sua rigorosa interpretação do islã com leis que violam os direitos das mulheres. Elas são excluídas dos ensinos médio e universitário e não podem frequentar parques públicos, ginásios esportivos e salões de beleza.
Um comunicado do Ministério das Relações Exteriores afegão publicado na noite de segunda-feira afirma que o tema dos direitos humanos foi mencionado. Sem mais detalhes.
Segundo as autoridades talibãs, foi discutida a possibilidade de um levantamento das restrições e das sanções bancárias.
"Mais uma vez, para gerar confiança, é importante suprimir as listas negras e liberar fundos bancários para que os afegãos possam desenvolver sua economia sem ajuda estrangeira", destacaram.
Os direitos das mulheres são um ponto de discórdia nas negociações com Washington sobre a ajuda ao país asiático.
A delegação americana disse estar "aberta a um diálogo técnico sobre temas de estabilização econômica em breve".
Por último, a delegação afirma ter "tomado nota" do "compromisso renovado" dos talibãs de não permitir que seu país seja usado como plataforma de ataques aos Estados Unidos e seus aliados.
Em relação à luta contra o ópio, os Estados Unidos veem uma "queda significativa" das lavouras nesta temporada desde que os talibãs proibiram o cultivo da planta, da qual essa substância é extraída.
A delegação talibã pediu mais uma vez que os serviços consulares para os afegãos sejam restabelecidos em todo o mundo.
Várias embaixadas afegãs operam sob a autoridade dos talibãs, principalmente no Paquistão, Turquia e China, mas muitas mantêm diplomatas vinculados ao governo anterior que segue representado na ONU.
FONTE: Estado de Minas