Espanha: debate sobre a posse do líder da direita como chefe de Governo marcado para setembro
O líder da direita espanhola, Alberto Núñez Feijóo, vai passar por um debate para tentar assumir o posto de chefe de Governo nos dias 26 e 27 de setembro, anunciou nesta quarta-feira (23) a presidente do Congresso dos Deputados, Francina Armengol.
O anúncio foi feito um dia depois de o rei de Espanha, Felipe VI, ter escolhido Feijóo, líder do Partido Popular (PP), para tentar formar governo após as eleições legislativas de 23 de julho, embora por enquanto o candidato não tenha os apoios necessários para assumir o cargo.
Em um comunicado do Congresso dos Deputados, a socialista Francina Armengol disse que acertou a data com o próprio Feijóo, com quem conversou na noite de terça e na manhã desta quarta.
"Acredito que com esta data há um tempo mais do que razoável para o candidato realizar as negociações adequadas com os representantes dos diferentes partidos políticos", disse Armengol.
Na terça-feira, o chefe de Estado encarregou Feijóo de tentar ser empossado, ao considerar que é "o candidato do grupo político que obteve maior número de cadeiras" nas eleições legislativas de julho.
Mas Feijóo tem no máximo 172 votos: 137 dos deputados do PP, 33 do partido de extrema direita Vox e os deputados de dois pequenos partidos regionais.
Dessa forma, não alcançaria a maioria absoluta de 176 dos 350 deputados do Congresso para vencer em uma primeira votação. Na segunda votação, quando precisaria apenas de mais votos "sim" do que "não", ele esbarraria em 178 votos contrários, portanto também não teria sucesso.
Caso a tentativa de posse não seja bem-sucedida, uma contagem regressiva de dois meses terá início, prazo em que o presidente do governo em exercício, o socialista Pedro Sánchez, poderá tentar obter apoio para liderar o Executivo.
Se ele não conseguir, o rei convocaria novas eleições legislativas seis semanas depois, ou seja, em meados de janeiro.
Na terça-feira, Sánchez afirmou que "não há alternativa senão reeditar um governo de progresso", em referência à coalizão dos socialistas com a extrema esquerda do atual governo.
Sánchez tem atualmente 164 votos, incluindo 131 do seu partido e 31 da extrema esquerda, mas espera somar o apoio dos partidos regionais nacionalistas e pró-independência, como aconteceu na semana passada, quando Armengol foi eleita presidente do Congresso com 178 votos a favor.
No entanto, dois partidos que votaram a favor de Armengol, os separatistas catalães Izquierda Republicana de Cataluña (ERC) e Junts per Catalunya (JuntsxCat), indicaram que venderão caro o seu apoio para reeleger um governo Sánchez, o que antecipa negociações muito difíceis.
FONTE: Estado de Minas