Ex-autoridade de Ruanda acusada de genocídio é detida na França
A França prendeu esta semana um ex-funcionário de alto escalão do governo de Ruanda e acusou-o de participar do genocídio de 1994 no país africano, informou neste sábado (23) uma fonte próxima do caso.
Pierre Kayondo, ex-prefeito ruandês, foi detido na terça-feira (19) e acusado de cumplicidade em genocídio e crimes contra a humanidade, segundo a mesma fonte, que pediu para não ser identificada.
Kayondo estava sob investigação na França desde o final de 2021, após a denúncia de um coletivo de vítimas, o CPCR, que afirmava que ele residia em Le Havre, no noroeste do país.
Segundo a denúncia deste grupo, Kayondo, ex-prefeito de Kibuye e ex-deputado, "participou ativamente da organização dos extermínios em Ruhango e Tambwe, na província de Gitarama, ao permitir a constituição de grupos de milícias interahamwe, fornecer armas e participar das reuniões".
Para Alain Gauthier, presidente do CPCR, Kayondo, com idade estimada em torno de 70 anos, "era um homem próximo de personalidades condenadas por genocídio", como o coronel Aloys Simba e Ephrem Nkezabera, apelidado de "o banqueiro" do genocídio.
O genocídio deixou mais de 800 mil mortos, segundo a ONU, principalmente tutsis, exterminados entre abril e julho de 1994.
FONTE: Estado de Minas