Ex-auxiliares de Boris Johnson criticam sua gestão de crise da covid-19

31 out 2023
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Ex-auxiliares de Boris Johnson criticaram, nesta terça-feira (31), a gestão do ex-primeiro-ministro britânico durante a crise do covid-19 e apontaram sua falta de capacidade de decisão e de interesse pelas vítimas, no âmbito de uma investigação pública dedicada à pandemia.

No início da crise sanitária, o ex-dirigente relativizou a situação e demorou a impor o confinamento, que se tornando um dos mais estritos da Europa.

Mas os depoimentos de seu entorno e os documentos publicados pela comissão de investigação lançada em junho sobre a pandemia, que deixou mais de 230.000 mortos no Reino Unido, mostram um panorama ainda mais desolador no centro do poder naqueles meses de 2020.

O emoji com o qual sua equipe o descrevia em suas mensagens no WhatsApp é muito significativo: um carrinho de supermercado, que pode ser empurrado de um lado para o outro em todas as direções.

"Sim, quase todo mundo o qualificava de carrinho", confirmou seu chefe de gabinete da época, Dominic Cummings, interrogado por várias horas pela comissão.

"Foi a crise errada para as habilidades do primeiro-ministro", avaliou Lee Cain, ex-diretor de comunicação em Downing Street.

"Era alguém que frequentemente adiava as decisões, recebia conselhos de diversas fontes e mudava de opinião sobre os diferentes temas", acrescentou.

Pode ser "uma grande força" na política, mas a pandemia exigia "decisões rápidas". Johnson "se decidia em função da última pessoa consultada na sala. Era bastante exaustivo", insistiu.

A pandemia marcou o início do declínio de Johnson, que, em abril de 2020, ficou hospitalizado em cuidados intensivos por alguns dias devido ao covid-19.

Mais tarde, o escândalo do "partygate", sobre as festas celebradas em Downing Street apesar das restrições sanitárias, contribuiu para sua renúncia, em julho de 2022.

Em mensagens de WhatsApp, o secretário do gabinete do Reino Unido, Simon Case, - o mais alto funcionário do país - qualifica-o de "incapaz de liderar".

"Estou no limite. Muda de direção estratégica todos os dias", escreveu Case.

O principal conselheiro científico do governo naquele momento, Patrick Vallence, escrevia em seu diário as conversas "loucas" que tinha com o ex-dirigente.

"Disse que seu partido 'pensa que tudo isso (os confinamentos) é patético e que a covid é a maneira que a natureza tem de lidar com as pessoas mais velhas' e não estou certo de que ele não concorde", escreveu em dezembro de 2020.


FONTE: Estado de Minas


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