Ex-diretor da PRF durante governo Bolsonaro é preso

09 ago 2023
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A Polícia Federal (PF) prendeu, nesta quarta-feira (9), o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, que atuou durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, na "Operação Constituição Cidadã" que investiga a interferência dessa força nas eleições presidenciais de 2022, confirmou uma fonte policial à AFP.

Silvinei Vasques foi preso na cidade de Florianópolis, sul do Brasil, em uma investigação que tenta determinar se existiu "uso da máquina pública para interferir no processo eleitoral relativo ao segundo turno das Eleições Presidenciais de 2022", em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva derrotou o ex-presidente Jair Bolsonaro (2019-2022).

Em 30 de outubro de 2022, dia da votação, a PRF, comandada por Vasques, montou bloqueios inusitados que causaram engarrafamentos e atrasaram a chegada dos eleitores às seções eleitorais do Nordeste, reduto eleitoral de Lula.

Bolsonaro perdeu as eleições presidenciais ao obter 49,10%, contra 50,90% do atual presidente Lula, uma diferença de dois milhões de votos.

No Nordeste, Lula prevaleceu sobre Bolsonaro com quase 70% dos votos válidos.

Naquele dia, o Partido dos Trabalhadores (PT), de Lula, chegou a pedir a prisão de Vasques, que havia compartilhado nas redes sociais uma publicação que convocava a votar em Bolsonaro, segundo informações da imprensa local.

"Integrantes da Polícia Rodoviária Federal teriam direcionado recursos humanos e materiais com o intuito de dificultar o trânsito de eleitores no dia disse a Polícia Federal em nota.

"Os crimes apurados teriam sido planejados desde o início de outubro daquele ano, sendo que, no dia do segundo turno, foi realizado patrulhamento ostensivo e direcionado à região Nordeste do país", acrescentou a PF.

Vasques negou qualquer uso eleitoral da PRF.

Em junho, durante comparecimento a uma comissão parlamentar que investiga os ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro, ele atribuiu o maior número de postos de controle do Nordeste ao fato de ser a região com mais acidentes e crimes eleitorais.

Segundo a nota da Polícia Federal, "os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de prevaricação e violência política, previstos no Código Penal Brasileiro, e os crimes de impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio".

A PF também realiza, nesta quarta-feira, um total de 10 mandados de busca por ordem do Supremo Tribunal Federal, em três estados e no Distrito Federal.


FONTE: Estado de Minas


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