Fani Willis, a procuradora da Geórgia que enfrenta Trump

15 ago 2023
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Fani Willis manteve os Estados Unidos em suspense até tarde da noite antes de indiciar Donald Trump. A procuradora que investigou as tentativas de manipulação das eleições presidenciais de 2020 no estado da Geórgia se descreve como rigorosa, ambiciosa, workaholic e avessa ao fracasso.

Fani é a primeira mulher procuradora do condado de Fulton. Logo após assumir o cargo, em 2021, a democrata teve que decidir se enfrentaria o ex-presidente. Foi um telefonema de Trump, no qual ele pressionou um funcionário local a "encontrar" votos em seu favor, que desencadeou a investigação.

"Minha carreira me ensinou que, seja qual for a pressão política, você tem que fazer o correto. Não importa se você está no Capitólio ou em um bairro pobre, terá que prestar contas se cometer um crime", declarou, após ser eleita para o cargo.

O primeiro contato de Fani Willis com o mundo do direito remonta à sua infância. Ela nasceu na Califórnia, mas foi criada em Washington, onde seu pai, advogado e ex-membro da organização comunista Panteras Negras, costumava levá-la com frequência aos tribunais.

Fani lembra que, aos 8 anos, já ordenava os processos, tanto casos de assassinato quanto de drogas, uma experiência que guiou seus passos.

A procuradora estudou na Universidade de Howard, instituição com uma alta proporção histórica de alunos negros, e na faculdade de direito de Emory, na Geórgia.

Fani formou-se em direito, abriu um escritório e ingressou na procuradoria do condado de Fulton.

- Pitbull -

A procuradora lida com casos frequentemente complexos, como o escândalo de falsificação de resultados de provas em escolas públicas de Atlanta, homicídios e outros, envolvendo grupos criminosos.

Fani processou o rapper de Atlanta Young Thug, no contexto da chamada Lei Rico, texto usado com frequência contra a máfia e o crime organizado, o mesmo em que se baseou para indiciar Trump e outras 18 pessoas.

"É uma pitbull", descreveu o policial de Atlanta Vince Velázquez, citado pelo jornal Washington Post. "Se eu cometesse um crime, não gostaria de ser processado por Fani Willis", acrescentou o agente, que trabalhou diversas vezes com Fani.

A plataforma de Donald Trump, Truth Social, está repleta de adjetivos pejorativos ligados à procuradora: "Desempenho muito baixo", "muito corrupta", "fora de controle" e "RACISTA".

O ex-presidente e sua equipe acusaram Fani de ter feito campanha e levantado dinheiro com o lema "I will get Trump" (Vou pegar Trump, em inglês), e sugeriu, durante um comício, que a procuradora tinha um caso com um membro de uma gangue.

Fani, que disse ter recebido ameaças, confia em seu trabalho. "Eu me nego a fracassar", declarou ao Wall Street Journal essa mãe de duas filhas, que dedica ao trabalho pelo menos 12 horas por dia.


FONTE: Estado de Minas


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