Fumaça tóxica de incêndios florestais sufoca Manaus
Manaus, capital do Amazonas, está sufocada há vários dias, com seus dois milhões de habitantes envolvidos por uma nuvem tóxica causada por incêndios provocados por "criminosos", alertou nesta sexta-feira (13) o Ministério do Meio Ambiente.
Os incêndios florestais na Amazônia têm criado uma camada de fumaça cinza que cobre o centro urbano. A qualidade do ar na cidade está entre as piores do mundo, segundo o World Air Quality Index.
O estado está enfrentando o pior outubro em relação aos focos de incêndio dos últimos 25 anos, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Até o momento, o Inpe registrou 2.770 focos ativos em outubro, um aumento de 154% em comparação com o mesmo período em 2022.
O governo federal anunciou nesta sexta-feira o envio de dois helicópteros e 149 brigadistas adicionais, que se juntarão aos 140 que já vinham combatendo o fogo na região.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, vinculou os incêndios a "criminosos" que os utilizam para limpar o solo e prepará-lo para a agricultura ou pecuária após desmatar a superfície.
"Não existe fogo natural na Amazônia", afirmou Marina Silva em uma coletiva de imprensa em Brasília.
Os incêndios ocorrem em meio a uma seca extrema na região, que reduziu criticamente os níveis dos rios, dificultando o transporte e o abastecimento para cerca de meio milhão de pessoas.
"É uma situação de extrema gravidade porque há o cruzamento de três fatores: grande estiagem provocada pelo El Niño; matéria orgânica em grande quantidade ressecada; ateamento de fogo em propriedade particulares e dentro de áreas públicas de forma criminosa", explicou a ministra.
As autoridades de saúde instam a população de Manaus a evitar ao máximo a exposição à fumaça nos próximos dias.
Márcio Garcia, diretor do Departamento de Emergências em Saúde Pública do Ministério da Saúde, disse na coletiva que existem "riscos importantes, principalmente com as doenças respiratórias" para aqueles expostos à fumaça.
No cais de Manaus, algumas pessoas cobriam o rosto com máscaras, mas as atividades continuavam: os trabalhadores seguiam carregando carga e os barcos navegavam no rio Negro.
FONTE: Estado de Minas