Funcionário do Parlamento britânico nega ser ‘espião chinês’
Um homem suspeito de espionar no Parlamento Britânico para a China negou as acusações, nesta segunda-feira (11), e disse ser "completamente inocente".
A polícia do Reino Unido anunciou, no sábado, a detenção por espionagem, em março, de um homem entre 20 e 30 anos em sua casa em Edimburgo, na Escócia. As autoridades não revelaram seu nome, nem deram detalhes sobre suas atividades.
Segundo o jornal The Times, o jovem atuava dentro do próprio Parlamento, aproximando-se dos conservadores no poder.
Mantinha "vínculos estreitos" com o secretário de Estado para Segurança, Tom Tugendhat, e "era empregado como pesquisador" por Alicia Kearns, presidente da Comissão Parlamentar de Relações Exteriores, noticiou o Times nesta segunda.
Sem revelar sua identidade, o homem explicou, em um comunicado publicado por seus advogados, que se sentia "obrigado a responder as acusações da imprensa de que sou um 'espião chinês'".
"É essencial que se saiba que sou completamente inocente", declarou, denunciando a "informação equivocada" e "extravagante" publicada.
"Passei minha carreira, tentando educar os demais sobre o desafio e as ameaças representadas pelo Partido Comunista Chinês", acrescentou.
Ontem (10), o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, manifestou sua preocupação com uma possível "interferência" de Pequim.
O governo chinês rejeitou "com firmeza", nesta segunda-feira, as acusações de espionagem.
"Pedimos, encarecidamente, à parte britânica que pare de espalhar informações falsas e ponha fim às suas manobras políticas antichinesas", disse Mao Ning, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China.
A presidente da Câmara dos Comuns, Linsay Hoyle, dará uma declaração sobre essas acusações hoje, às 13h30 GMT (10h30 no horário de Brasília).
Além desse pesquisador no Parlamento, a polícia prendeu outro homem, com idade em torno dos 30, em março, por suspeita de infrações da lei dos segredos oficiais.
Ambos os homens foram soltos, enquanto esperam uma nova etapa do processo, em outubro.
Este caso coloca Sunak sob pressão para que adote uma postura mais dura contra a China.
Depois da "era de ouro" promovida pelo então primeiro-ministro britânico, David Cameron, em 2015, as relações entre Reino Unido e China se deterioraram claramente nos últimos anos.
Os dois países têm posições divergentes sobre a repressão do movimento pró-democracia na antiga colônia britânica Hong Kong, assim como sobre o destino da minoria muçulmana uigure na região de Xinjiang e sobre as acusações de violações dos direitos humanos no Tibete.
FONTE: Estado de Minas