IA pode criar mais empregos do que destruí-los, garante estudo da OIT
A inteligência artificial (IA) tem mais chances de criar do que destruir empregos, segundo um estudo publicado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) nesta segunda-feira (21).
O lançamento, em novembro, do programa ChatGPT, considerado uma revolução no uso da IA generativa, gerou temores sobre a transformação do mundo do trabalho e seu impacto nos empregos.
Mas um novo relatório da OIT examina o efeito em potencial das plataformas de inteligência artificial e sugere que a maioria dos empregos e indústrias está apenas parcialmente exposta à automação.
Segundo esta agência da ONU, "é mais provável" que a maioria dos empregos e indústrias "seja complementada" mais do que "substituída" pela IA generativa.
"É provável que o maior impacto desta tecnologia não seja a destruição do emprego, mas mudanças potenciais na qualidade dos postos de trabalho, em particular a intensidade do trabalho e a autonomia", revela a publicação.
O estudo destaca que os efeitos desta nova tecnologia variam consideravelmente segundo as profissões e as áreas.
O trabalho administrativo em escritórios seria a categoria mais exposta, com quase um quarto das tarefas consideradas muito suscetíveis de serem afetadas, e mais da metade com nível médio de exposição.
Ao contrário, em categorias de cargos de direção e técnicos, apenas uma pequena parte dos trabalhos será afetada pela IA, segundo a pesquisa.
O estudo indica que os países de renda alta vão sofrer os efeitos mais importantes da automação, devido à grande proporção de trabalhos de escritório.
E destaca que as mulheres seriam mais propensas a serem afetadas do que os homens - mais que o dobro no caso dos países de rendas média e alta, devido à sub-representação delas no trabalho administrativo.
Os autores do estudo avaliam, no entanto, que nestes países apenas 5,5% do total de empregos ficariam potencialmente expostos aos efeitos do uso da IA generativa e apenas 0,4% no caso de países em desenvolvimento.
O informe ressalta, ainda, que as repercussões sócio-econômicas da IA generativa "vão depender em grande medida de como se gerencia" sua difusão.
FONTE: Estado de Minas