Irã proíbe atrizes de trabalhar por aparecer em público sem véu
As autoridades iranianas anunciaram, nesta quarta-feira (25), que proibiram pelo menos 12 atrizes de trabalhar depois que apareceram em espaços públicos sem o véu obrigatório na República Islâmica.
"Quem não respeita a lei, não poderá trabalhar", disse aos jornalistas o ministro da Cultura e da Orientação Islâmica, Mohamad Mehdi Esmaili.
Na terça-feira (24), a imprensa iraniana informou que atrizes que violaram as regras sobre a exigência do uso do véu islâmico estão proibidas de atuar em filmes, incluindo nomes conhecidos como Taraneh Alidoosti, Katayoun Riahi e Fatemeh Motamed-Aria.
Desde a morte sob custódia policial da jovem iraniana Mahsa Amini, de 22, no ano passado, presa por violar o rigoroso código de vestimenta feminino, o país registra uma onda de manifestações nas ruas.
Centenas de pessoas, incluindo membros das forças de segurança, morreram durante os protestos, e milhares foram detidas por participarem desses atos. Para as autoridades iranianas, trata-se de "distúrbios" orquestrados por países ocidentais.
Durante os protestos, várias atrizes e celebridades apareceram sem véu em imagens publicadas nas redes sociais.
Taraneh Alidoosti - que já foi presa em 2022 por apoiar os protestos - é uma das atrizes mais conhecidas do Irã e já apareceu em filmes com o renomado diretor Asghar Farhadi, incluindo o vencedor do Oscar "O apartamento".
No Irã, as mulheres são obrigadas a cobrir o pescoço e a cabeça desde 1983, após a Revolução Islâmica de 1979.
FONTE: Estado de Minas