Médico uruguaio extraditado da Espanha é processado por torturas durante a ditadura
O médico hispano-uruguaio Carlos Suzacq, que foi extraditado da Espanha em abril, foi processado e colocado em prisão preventiva nesta sexta-feira (13) pela Justiça uruguaia, sendo acusado de colaborar com militares na tortura de opositores antes e durante a última ditadura no Uruguai (1973-1985).
A juíza penal Silvia Urioste ordenou a prisão preventiva de Suzacq, de 73 anos, acusado como suposto autor de crimes repetidos de privação de liberdade, lesões graves e violência privada.
A informação foi confirmada à AFP pelo promotor uruguaio especializado em Crimes de Lesa Humanidade, Ricardo Perciballe, que solicitou a extradição de Suzacq desde a Espanha, onde residia desde 1977 e exercia como médico havia três décadas.
O caso está relacionado com a investigação iniciada em 2011 por 17 vítimas de tortura entre 1972 e 1974 no então Regimento de Cavalaria nº 6 em Montevidéu. Nesta investigação, seis militares da reserva já foram processados e presos em 29 de junho: Gustavo Criado, Glauco Yanonne, Alexis Grajales, Jorge Silveira, Artigas Álvarez Nieto e Walter Forischi.
Segundo as vítimas, Suzacq assessorava os militares sobre "quando parar ou continuar com as torturas", afirmou a Audiência Nacional da Espanha ao aprovar a extradição em janeiro, alegando que os fatos denunciados não estavam prescritos "por se tratarem de crimes de lesa-humanidade".
Suzacq também está sendo investigado pelo sequestro e desaparecimento do militante comunista Luis Eduardo González, visto pela última vez em 25 de dezembro de 1974 no Regimento de Cavalaria nº 6 "em condições físicas muito deterioradas", conforme relatado pelo Site Memória do Uruguai.
FONTE: Estado de Minas