Mineira já atua na guerra entre Israel x Hamas e recebe mensagens de ódio
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A mineira de Diamantina, cidade da Região do Vale do Jequitinhonha, Sabrina Salis Cherman, de 22 anos, em atendimento ao chamado do Exército de Israel, que convocou mais de 360 mil reservistas, já se juntou às tropas israelenses envolvidas na ofensiva na Faixa de Gaza, após o ataque terrorista do grupo extremista Hamas de 7 de outubro. A informação foi confirmada ao Estado de Minas pela mãe de Sabrina, a comerciante e artesã Vânia Salis, que mora na cidade histórica do interior de Minas Gerais. Vânia disse que falou com a filha na manhã deste sábado (14/10) e que ela está bem.
A comerciante revelou que tem um outro filho morando em Israel e que vive aflita em relação à condição da filha na guerra. Além disso, também enfrenta constrangimento: após Sabrina ter declarado, em entrevista à imprensa brasileira, que estava pronta para lutar em defesa de Israel na guerra contra o Hamas, ao mesmo tempo que a família recebeu mensagens de apoio, a filha também passou a ser alvo de discurso de ódio por meio de comentários na internet.
A moradora de Diamantina lamentou as mensagens agressivas contra sua filha. A jovem passou a morar no Oriente Médio aos 14 anos e, após servir ao Exército do país por três anos, tornou-se cidadã de Israel. “Quem faz isso são pessoas piores do que o Hamas. São pessoas que têm ódio no coração: em vez de desejar o bem para a gente, falam coisas que nem quero repetir. São pessoas que precisam de Deus”, afirma.
Por outro lado, Vânia Salis ressalta que a família de Sabrina tem recebido mensagens positivas e orações do “mundo inteiro”. “É (motivo de) muita alegria saber que existem pessoas boas no meio das más. Essas más são gatos pingados, são pessoas mal amadas. Uma pessoa desejar o mal para outro ou ficar fazendo besteira nas redes sociais é porque não tem o que fazer ou porque é mal amada. Mas isso a gente tira de letra e pede (proteção) a Deus, que Deus é maior. O bem vence o mal. E a maioria das pessoas fala do bem”, avalia Vânia, que trabalha com os famosos tapetes de arraiolo de Diamantina.
Ainda sobre as questões, a comerciante e artesã diamantinense destaca: “A minha preocupação é com o bem-estar dessas pessoas que desejam o mal para os outros. Só acho que essas pessoas têm que ter fé em Deus e pensar antes de escrever as coisas”.
Sabrina Cherman foi morar em Israel aos 14 anos para fazer o ensino médio. Ela havia deixado o Exército israelense há pouco mais de um mês e se preparava para voltar ao Brasil e estudar Comércio Exterior, quando foi convocada como reservista na guerra contra o Hamas.
"Em Israel, as mulheres só vão para a frente de batalha em último caso, mas eu já fui combatente, isso é o de menos. Estou pronta para viver e morrer por Israel", afirmou, em entrevista ao portal “G1”.
Em entrevista ao Estado de Minas neste sábado, a mãe de Sabrina disse que recebeu da filha a confirmação de que ela se apresentou ao Exército de Israel para atuar na situação de conflito. Questionada se Sabrina está atuando diretamente nas áreas de combate, Vânia alegou ainda que não tem a resposta porque a filha não deu detalhes sobre o assunto. “Ela (Sabrina) não me fala para não me deixar mais nervosa do que já estou”.
A moradora de Diamantina informou que, na conversa pelo Whatsapp neste sábado, Sabrina, como sempre faz, disse que está tudo bem, tentando tranquilizar a mãe.
“Ela fica preocupada em saber se a mãe dela não está nervosa ou sente mais alguma coisa. Ela me deixa tranquila. Não há nada de aflição pra ela. Mas, depois que acabo de falar com ela, só choro. Não é brincadeira saber que uma filha está do outro lado do mundo, em um lugar com tanta maldade e crueldade por parte outras pessoas que não têm Deus no coração”, relata Vânia.
Filho de mineira também vive em Israel
A comerciante e artesã Vânia Salis diz que, além de Sabrina, tem um filho que mora em Tel Aviv, Israel, Yuri Salis Cherman, 18, que terminou o ensino médio e está aguardando para ingressar no Exército israelense.
Vânia contou que Yuri, após o início do conflito com o Hamas, poderia ter embarcado de volta para a casa em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) enviado esta semana pelo Governo Lula para repatriar os brasileiros. No entanto, ele preferiu continuar em Israel para ajudar as pessoas atingidas pelas consequências violentas da guerra. Uma de suas ações voluntárias foi a doação de sangue, assim como fez Sabrina, informou Vânia Salis.
Elogios a Israel
A diamantinense Vânia Salis conta que, em junho deste ano, foi a Israel visitar os filhos e passou cerca de 30 dias no país do Oriente Médio. “Acredito que Deus vai abençoar e colocar as mãos sobre aquele país maravilhoso”, disse.
Por outro lado, a mineira condena veementemente o grupo Hamas. “Não é briga de religião, Palestina x Israel. O Hamas é (um grupo) terrorista. É terrorista bravo mesmo, uma coisa triste, (capaz) de sequestrar crianças, pessoas adultas e idosos. Isso não é papel de pessoas civilizadas”, conclui.
FONTE: Estado de Minas