Ministro britânico das Relações Exteriores anuncia visita às Malvinas
O ministro britânico das Relações Exteriores, James Cleverly, anunciou no domingo (1º), em uma recepção noturna durante a Conferência do Partido Conservador em Manchester, uma visita às Ilhas Malvinas, como demonstração de apoio à autodeterminação do território.
Cleverly está envolvido em uma disputa com a Argentina desde o início deste ano, quando Buenos Aires se retirou de um acordo de cooperação com a Grã-Bretanha, instando Londres a discutir a soberania das Ilhas Malvinas.
"Alguns de vocês devem ter notado que, como as eleições estão se aproximando (na Argentina), estão tentando fazer um pouco de demonstração de força quando se trata do povo das Falklands (como os britânicos chamam as Ilhas Malvinas)", afirmou.
"Acredito no direito das pessoas à autodeterminação. O povo das ilhas deixou clara sua posição, e precisamos de que continue um governo conservador para assegurar que eles e outros em todo o mundo estejam protegidos", acrescentou o político conservador.
"E, apenas para enfatizar esse ponto, vou aproveitar a oportunidade para visitar as Falklands, porque acredito que é meu trabalho deixar absolutamente claro que se pode confiar em um governo conservador para cuidar dos melhores interesses deste país e daqueles outros em todo o mundo que dependem do bom governo britânico, incluindo, claro, o maravilhoso e corajoso povo da Ucrânia que atualmente se defende da agressão russa", explicou Cleverly, no seu discurso.
A eventual visita de Cleverly, que poderá aumentar as tensões com a Argentina, seria a primeira de um membro do governo britânico desde 2016, quando o então secretário da Defesa, Michael Fallon, viajou para as Malvinas.
A última visita de um chanceler britânico às Malvinas ocorreu em 2014, quando o então ministro, também do Partido Conservador, Hugo Swire, foi ao território, provocando a irritação das autoridades argentinas.
Localizado a 400 quilômetros da costa argentina e a quase 13 mil quilômetros do Reino Unido, esse arquipélago do Atlântico Sul foi palco de uma guerra de 74 dias, em 1982, que deixou 649 argentinos e 255 britânicos mortos.
Em 2013, no referendo realizado em um território de apenas 2.000 habitantes, 99,8% dos eleitores votaram pela permanência sob controle britânico. A Argentina defende que as ilhas, herdadas da coroa espanhola após sua independência, foram ocupadas pelas tropas britânicas em 1833.
FONTE: Estado de Minas