Netanyahu apoia ministro em nova polêmica sobre assentamentos na Cisjordânia
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, apoiou, nesta sexta-feira (25), o seu ministro de Segurança Nacional, o ultradireitista Itamar Ben Gvir, que reivindicou maiores direitos para os judeus do que para os palestinos na Cisjordânia ocupada.
Na quarta-feira, Ben Gvir justificou as restrições impostas aos palestinos ante a retomada da violência nesse território ocupado por Israel desde 1967.
"Meu direito, assim como os da minha mulher e dos meus filhos, de circular pelas ruas (da Cisjordânia), é mais importante do que a liberdade de circulação dos árabes", disse o ministro de extrema direita.
Ben Gvir é um impulsionador do primeiro plano da política de expansão da colonização judaica da Cisjordânia, considerada ilegal pela ONU no que diz respeito ao direito internacional.
Suas declarações, feitas ao canal 12 da televisão israelense dois dias depois da morte de uma israelense baleada em uma rodovia do sul desse enclave palestino, foram denunciados por personalidades e organizações da esquerda israelense.
A Autoridade Palestina também condenou os comentários "racistas e detestáveis" do ministro.
Ainda nesta sexta, o gabinete de Netanyahu indicou que Israel concorda com "uma liberdade de circulação máxima tanto dos israelenses como dos palestinos".
"Infelizmente, os terroristas palestinos aproveitam essa liberdade para assassinar mulheres, crianças e famílias israelenses", por isso, "a fim de prevenir esses crimes odiosos, as forças de segurança israelenses implementaram medidas de segurança especiais nessas áreas", acrescentou o gabinete do chefe de governo.
"É isso que o ministro Ben Gvir quis dizer ao afirmar que 'o direito à vida se sobrepõe à liberdade de movimento'", explicou.
Ben Gvir, líder do partido Força Judia, foi processado mais de 50 vezes em sua juventude por incitação à violência e por proferir discursos de ódio e, em 2007, foi condenado por apoiar um grupo terrorista e por incitação ao racismo.
Pelo menos 219 palestinos morreram desde o início deste ano em incidentes relacionados ao conflito israelense-palestino, assim como 31 israelenses, uma cidadã ucraniana e um italiano, segundo um registro feito pela AFP a partir de dados oficiais.
FONTE: Estado de Minas