ONU renova sua força de paz no Líbano por mais um ano
O Conselho de Segurança das Nações Unidas renovou, nesta quinta-feira (31), o mandato de sua missão de paz no Líbano por mais um ano, após um debate tenso sobre a liberdade de movimento das tropas dentro do país.
A votação, inicialmente agendada para quarta-feira, mas adiada para dar continuidade às negociações, ocorreu nesta quinta-feira, apenas algumas horas antes de expirar a autorização anterior da missão.
A Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil, sigla em inglês), em operação desde 1978, tem como objetivo criar uma barreira entre Israel e o Líbano, que tecnicamente estão em guerra.
A resolução desta quinta-feira, aprovada com 13 votos a favor e a abstenção da Rússia e da China, mantém a força até 31 de agosto de 2024 no Líbano.
O mandato é em grande parte idêntico ao acordo do ano passado sobre permitir a liberdade de movimento dos cerca de 10.000 soldados da força de paz no país, um ponto que foi contestado tanto pelo governo libanês quanto pelo poderoso grupo pró-iraniano Hezbollah.
O texto "insta todas as partes (...) a garantir que a liberdade de movimento da Unifil em todas as suas operações e o acesso da Unifil à Linha Azul em todas as suas partes sejam plenamente respeitados e sem impedimentos".
A Linha Azul é a fronteira demarcada pela ONU em 2000 após a retirada das tropas israelenses do sul do Líbano.
"A Unifil não precisa de autorização prévia ou permissão para realizar as tarefas que lhe foram atribuídas e (...) está autorizada a conduzir sua operação de forma independente, mantendo a coordenação com o governo do Líbano", acrescentava o texto.
A força de paz foi criada em 1978 para supervisionar a retirada das tropas israelenses após a invasão do Líbano em retaliação a um ataque palestino.
Foi reforçada em 2006, após Israel e o Hezbollah travarem uma guerra de 34 dias, e é responsável por supervisionar o cessar-fogo entre as duas partes.
Considerado uma organização "terrorista" por muitos governos ocidentais, o Hezbollah é o único lado que não se desarmou após a guerra civil libanesa (1975-1990) e também é um ator poderoso na política do país.
FONTE: Estado de Minas