Palestinos vão a hospital em Gaza para identificar familiares
Dezenas de palestinos compareceram em massa ao hospital de Deir el-Balah para identificar seus familiares mortos em um bombardeio israelense, cujos ataques, que já deixaram mais de 4.600 mortos, segundo o Ministério da Saúde do grupo islamita Hamas, estão se intensificando na Faixa de Gaza.
De acordo com o Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, os ataques com mais vítimas ocorreram em Deir el-Balah (centro), onde vários prédios ficaram completamente destruídos.
No hospital da cidade, dezenas de moradores seguiram para o local para identificar os corpos de seus familiares, levá-los ao cemitério ou perguntar sobre o estado dos feridos, observaram jornalistas da AFP.
No sábado, Israel anunciou que iria intensificar os bombardeios à Gaza em preparação a uma incursão terrestre no enclave palestino.
"Toda a família Joudeh, da minha tia, morreu no bombardeio. Eles destruíram dois prédios em cima deles", disse Wael Wafi, mostrando uma foto dos escombros onde encontraram seu primo, Mohammad Joudeh, abraçado à filha Misk, de três anos.
"Meu primo dormia em casa com a filha nos braços. Ele era um homem tranquilo, não tinha nada a ver com a resistência", acrescentou, em referência ao Hamas.
No mesmo local, uma mulher começou a chorar e quase desmaiou ao localizar o corpo de sua filha e de várias crianças de sua família, os Natil. Os nomes de três deles, Layan, Hani e Joane, estavam escritos com marcador em suas pernas.
Pelo menos 1.873 crianças morreram em Gaza nos bombardeios israelenses, segundo o Ministério da Saúde do grupo islamita.
Desde a ofensiva executada pelo Hamas em 7 de outubro, Israel realiza incessantes ataques com bombas de represália. Segundo autoridades israelense, mais de 1.400 pessoas morreram no seu território, a maioria delas baleadas, queimadas vivas ou mutiladas.
Mais ao sul, em Khan Yunis, outro bombardeio no sábado deixou ao menos 13 mortos na cafeteria de um edifício usado como abrigo para pessoas deslocadas pela guerra, segundo um relatório do Hamas.
Israel prometeu "aniquilar" este grupo islamista. O general Daniel Hagari, porta-voz do Exército, alertou que a intensificação dos bombardeios visa "reduzir os riscos para as nossas forças nas próximas fases" do conflito.
Na semana passada, as forças israelenses instaram aos quase 1,1 milhão de residentes do norte da Faixa de Gaza a se deslocarem para o sul para evitar bombardeios.
Quase 2,4 milhões de palestinos, metade deles crianças, vivem neste território estreito.
FONTE: Estado de Minas