Papa Francisco decide reabrir processo contra padre acusado de assédio sexual
O papa Francisco decidiu reabrir o caso arquivado de um influente padre e artista esloveno acusado de ter cometido assédio sexual e psicológico contra mulheres no início dos anos 1990, anunciou o Vaticano nesta sexta-feira (27).
O pontífice "pediu ao Dicastério (Cúria Romana) da doutrina da fé que examinasse o caso e decidiu deixar de lado a prescrição para permitir que prossiga o procedimento disciplinar" contra Marko Rupnik, teólogo e artista de 68 anos.
"O papa está firmemente convencido (...) de que a Igreja (...) deve ouvir com atenção e compaixão aqueles que sofrem, especialmente os que se sentem marginalizados pela Igreja", justificou o Vaticano em seu comunicado.
Nove freiras acusam Rupnik de assédio sexual e psicológico em uma comunidade na Liubliana, Eslovênia, no início dos anos 1990.
Em meados de dezembro de 2022, a Companhia de Jesus, do papa Francisco e a qual pertencia Marko antes de ser expulso em junho de 2023, anunciou a abertura de uma investigação contra o padre.
O Vaticano, que também recebeu uma denúncia contra ele, informou que, sem uma investigação canônica, outubro de 2022 era o prazo para encerrar o caso. Rupnik apenas recebeu restrições impostas pela ordem dos jesuítas, sobretudo a proibição de confessar e acompanhar atividades espirituais.
Entretanto, a decisão de Francisco de revogar a prescrição do direito canônico permite a abertura do processo contra o religioso.
Acusado em outro caso por ter tido relações sexuais com uma mulher e após ter sido absolvido, Rupnik recebeu em 2020 a maior sanção possível do Vaticano: a excomunhão, que equivale à exclusão da comunidade cristã, embora de forma muito breve, já que a medida foi retirada de imediato porque o clérigo admitiu os fatos e se arrependeu formalmente.
Na quinta-feira (26), a diocese de Koper, cidade portuária na Eslovênia, anunciou sua admissão nesta unidade em agosto, a pedido do próprio padre.
FONTE: Estado de Minas