Petróleo cai apesar de forte queda de reservas nos EUA
Os preços do petróleo caíram nesta quarta-feira (2), apesar de uma queda recorde nas reservas comerciais de petróleo bruto nos Estados Unidos, em um mercado sem apetite por risco após o aumento das taxas de juros devido ao rebaixamento da nota da dívida do país.
Assim, o barril de Brent do Mar do Norte para entrega em outubro recuou 2,01%, a 83,20 dólares, em Londres. Enquanto isso, o West Texas Intermediate (WTI) para setembro perdeu 2,31%, indo a 79,49 dólares, em Nova York.
As duas referências globais do petróleo haviam, porém, atingido de manhã seu nível mais alto em mais de três meses, mas rapidamente os preços encontraram resistência e desceram.
"Apesar de uma queda recorde nas reservas comerciais, o petróleo cedeu grande parte dos ganhos significativos que havia alcançado no mês passado, uma vez que uma disparada nas taxas de juros" criou temores sobre as perspectivas econômicas, resumiu Bart Melek, da TD Securities.
As reservas comerciais americanas de petróleo caíram 17 milhões de barris na semana passada, um recorde bem acima das expectativas do mercado, de acordo com dados divulgados nesta quarta pela Agência de Informação Energética dos EUA (EIA).
Na semana encerrada em 28 de julho, os estoques de petróleo bruto ficaram em 439,8 milhões de barris, 17 milhões de barris a menos que na semana anterior, quando os analistas esperavam uma redução de 1,05 milhão de barris, segundo o consenso estabelecido pela agência Bloomberg.
As corretoras já antecipavam uma forte redução nos estoques de petróleo americano, após a publicação, na terça-feira, de dados do American Petroleum Institute (API), que estimavam uma queda de 15,4 milhões de barris (mb).
Quando o relatório da EIA foi divulgado, os preços do petróleo, que poderiam ter subido diante de um relatório otimista, ao contrário, caíram.
O apetite por risco se deteriorou com o aumento dos rendimentos dos títulos do Tesouro (4,07% para títulos de dez anos, a máxima em 2023) após o corte do rating da dívida dos Estados Unidos pela Fitch, que rebaixou a classificação de AAA para AA+.
Os investidores se refugiaram no dólar, que se fortaleceu, e isso tornou o barril de petróleo mais caro para investidores em outras moedas. O mercado aproveitou para realizar lucros, explicou Melek.
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FONTE: Estado de Minas