Polícia americana procura atirador que matou 18 pessoas no Maine
As autoridades continuam as buscas, nesta quinta-feira (26), por um reservista do Exército que abriu fogo em um boliche e em um bar-restaurante no estado do Maine, nordeste dos Estados Unidos, ataques que deixaram 18 mortos, um dos piores massacres dos últimos anos no país.
"Estou profundamente triste em anunciar que 18 pessoas morreram, e 13 ficaram feridas, no ataque a tiros da noite passada", disse a governadora do estado, Janet Mills. O autor do ataque continua foragido.
O presidente Joe Biden reagiu nesta quinta, condenando esse ataque "sem sentido e trágico" e pediu a seus adversários republicanos que apoiem a proibição de armas de assalto.
"Hoje, após mais uma tragédia, insto os legisladores republicanos no Congresso a cumprirem seu dever de proteger o povo americano. Trabalhem connosco para aprovar um projeto de lei para proibir as armas de assalto e os carregadores de alta capacidade", convocou o presidente democrata.
O massacre aconteceu na quarta-feira à noite, na cidade de Lewiston, a segunda maior do Maine, com 36.000 habitantes. As autoridades pediram aos moradores que permaneçam em suas casas. O homem, classificado como "armado e perigoso", fugiu após os ataques.
A polícia identificou o atirador como Robert Card, de 40 anos, e divulgou sua fotografia. As motivações do crime são desconhecidas. O canal CNN, que citou fontes das forças de segurança, informou que ele é um instrutor de tiros certificado e reservista do Exército.
"Temos literalmente centenas de policiais trabalhando em todo o estado do Maine para investigar o caso, para localizar o sr. Card", declarou o secretário de Segurança Pública do Maine, Mike Sauschuck, à imprensa, relatando, em um primeiro momento, a ocorrência de "16 mortos".
"Nossos hospitais não estão equipados para lidar com este tipo de tiroteio", disse mais cedo à CNN o vereador Robert McCarthy, que havia mencionado o número de "até 22" vítimas fatais e "entre 50 e 60 feridos".
- Luto -
O novo massacre, um dos mais letais no país desde o episódio de Las Vegas, em 2017, entra para uma longa lista de tiroteios que abalam com frequência os Estados Unidos, país onde o acesso às armas é facilitado.
Após ser informado sobre o ocorrido, o presidente Joe Biden saiu de um jantar de Estado em homenagem ao primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, para entrar em contato com as autoridades do Maine e oferecer o apoio do governo federal, segundo a Casa Branca.
Pouco depois ordenou que a bandeira nacional seja hasteada a meio pau em todos os prédios públicos federais, "como demonstração de respeito para com as vítimas dos atos de violência sem sentido" ocorridos em Lewiston.
As fotos divulgadas do suspeito mostram um homem de barba, vestindo com jaqueta marrom, calça azul e sapatos marrons, com um rifle semiautomático.
Sauschuck informou que a polícia encontrou uma caminhonete branca abandonada a pouco mais de 10 quilômetros de Lewiston.
Card abriu fogo em pelo menos dois lugares: uma pista de boliche e um bar-restaurante. Agentes do escritório do FBI (Polícia Federal americana) de Boston também participam das operações de busca.
Alguns meios de comunicação também citaram um ataque a tiros em um centro logístico de um supermercado Wallmart, mas as autoridades não confirmaram a informação.
- "Horrorizado" -
"Me joguei em cima da minha filha, e minha mãe em cima de mim", contou Riley Dumont, relatando como seu pai, um policial reformado, virou uma mesa para proteger os filhos dos tiros.
"É uma situação devastadora. Nunca vivemos algo assim", declarou Cynthia Hunter, que mora em Lewiston desde 2012.
As escolas públicas cancelaram as aulas nesta quinta-feira, informou um funcionário local na rede X (ex-Twitter).
"Estou horrorizado com os eventos em Lewiston esta noite", afirmou o congressista Jared Golden, do Maine, em um comunicado.
Os Estados Unidos têm mais armas que habitantes: um adulto em cada três possui ao menos uma arma, e quase 50% dos adultos moram em uma residência com uma arma.
A consequência da proliferação é a taxa extremamente elevada de mortes por armas de fogo, incomparável com os índices de outros países desenvolvidos.
Sem considerar os suicídios, mais de 15.000 pessoas morreram, devido à violência com armas de fogo desde o início de 2023 no país. O ataque de quarta-feira foi o mais violento registrado desde janeiro, segundo a associação Gun Violence Archive (GVA).
Os esforços para adotar leis mais severas de controle de armas no país esbarram na oposição dos republicanos, defensores ferrenhos do direito constitucional ao porte de armas. A paralisação política prossegue, apesar da indignação generalizada diante dos tiroteios recorrentes.
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FONTE: Estado de Minas