Presenças e ausências na cúpula do G20 na Índia
Líderes das maiores economias do mundo chegam à Índia, a partir de sexta-feira, para participar de uma cúpula de dois dias do G20, marcada pela invasão russa da Ucrânia, a inquietação com a economia global e as mudanças climáticas.
O país anfitrião adotou um lema otimista, "Uma Terra, uma Família, um Futuro", mas as diferenças entre os diversos líderes minam o funcionamento do grupo.
O G20 é composto por 19 países e pela União Europeia, que representam 85% da riqueza global e dois terços da população mundial.
No entanto, nem todos os seus líderes estarão em Nova Délhi nos dias 9 e 10 de setembro, com ausências notáveis como as dos presidentes da Rússia e da China, Vladimir Putin e Xi Jinping, respectivamente.
- Joe Biden -
O presidente dos Estados Unidos chegou à Índia com o objetivo de impulsionar alianças e oferecer apoio aos países em desenvolvimento, aproveitando as dificuldades que, de acordo com Washington, a China está enfrentando.
Ele também abordará questões como "combater as mudanças climáticas ou mitigar os impactos econômicos e sociais da guerra russa na Ucrânia", afirmou Jake Sullivan, seu conselheiro de Segurança Nacional.
Biden estará acompanhado pela secretária do Tesouro, Janet Yellen, que visita a Índia pela quarta vez em dez meses, no âmbito dos esforços de Washington para reformar o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, a fim de atender melhor os países em desenvolvimento.
- Lavrov no lugar de Putin -
Assim como na cúpula do G20 de 2022 na Indonésia e na recente cúpula dos Brics na África do Sul, a Rússia será representada por seu ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov.
Em março, o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu um mandado de prisão contra o presidente Vladimir Putin por acusações de crimes de guerra relacionados à deportação ilegal de crianças ucranianas, o que o Kremlin nega.
- Li no lugar de Xi -
A delegação chinesa será liderada pelo primeiro-ministro, Li Qiang, anunciou na segunda-feira o ministério das Relações Exteriores em Pequim, confirmando efetivamente a ausência de Xi.
A segunda maior economia do mundo está passando por uma difícil recuperação pós-covid, com demanda interna fraca, aumento do desemprego entre os jovens e uma crise no setor imobiliário.
Além disso, a China mantém uma longa disputa de fronteira no Himalaia com a Índia, que esta semana está realizando exercícios militares na região, que continuarão durante a cúpula.
- Narendra Modi -
A nação mais populosa do mundo assume a presidência rotativa do G20, e o primeiro-ministro Narendra Modi aproveita a oportunidade para colocar a Índia no centro do cenário internacional.
No entanto, ele enfrenta o desafio árduo de construir um consenso entre as grandes potências sobre questões-chave que dividem o grupo. Espera-se que Modi pressione pela expansão do grupo para 21 membros, incluindo a União Africana, um movimento apoiado por Biden.
- A volta de Lula -
Após a ausência de Jair Bolsonaro no ano passado, o Brasil estará novamente representado por seu chefe de Estado, Luiz Inácio Lula da Silva, que retorna a este fórum internacional.
Desde o início de seu terceiro mandato, o presidente Lula tem se esforçado para tirar a maior economia da América do Sul do isolamento diplomático de seu antecessor, participando de vários eventos multilaterais.
Além disso, o Brasil assumirá a presidência do G20 em 2024 e, no ano seguinte, sediará a cúpula do Brics e a conferência climática COP30.
A cúpula do G20 no Brasil será no Rio de Janeiro, enquanto a COP30 terá Belém como sede.
- Fernández sim, AMLO não -
Dos demais países latino-americanos, o presidente Alberto Fernández representará a Argentina, enquanto o mexicano Andrés Manuel López Obrador (AMLO) se ausentará da cúpula, como fez nas anteriores.
- Resto do mundo -
O chanceler alemão, Olaf Scholz, o presidente francês, Emmanuel Macron, o chefe do Governo espanhol, Pedro Sánchez, a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, serão alguns dos representantes da União Europeia.
Membros do G7, como Reino Unido, Canadá e Japão, participarão com seus respectivos primeiros-ministros: Rishi Sunak, Justin Trudeau e Fumio Kishida.
Da região da Ásia-Pacífico, estarão presentes o presidente indonésio, Joko Widodo, seu contraparte sul-coreano, Yoon Suk Yeol, e o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese.
Também são aguardados o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, o príncipe saudita Mohamed bin Salman e o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, o único representante do continente africano no grupo.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, participará como observador, assim como dirigentes do FMI e do Banco Mundial.
FONTE: Estado de Minas