Presidente pró-China eleito nas Maldivas removerá forças indianas
O presidente eleito das Maldivas, Mohamed Muizzu, anunciou após sua vitória neste fim de semana que as forças militares indianas, mobilizadas neste país insular do oceano Índico, devem se retirar.
"Removeremos as forças militares mobilizadas nas Maldivas, de acordo com a lei", declarou Mohamed Muizzu, de 45 anos, na noite de segunda-feira, em uma manifestação na capital Malé.
"As pessoas que trouxeram essas forças militares não querem removê-las, mas o povo das Maldivas tomou sua decisão", acrescentou o presidente eleito.
A Índia enviou elementos militares para operar quatro aviões de reconhecimento colocados à disposição das Maldivas para patrulhar seu vasto território marítimo.
Mohamed Muizzu, engenheiro civil de 45 anos e atual prefeito de Malé, obteve 54% dos votos nas eleições de sábado contra o atual presidente Ibrahim Mohamed Solih, um aliado da Índia.
Solih trabalhou para fortalecer os laços com a Índia, um aliado tradicional do arquipélago, mas que tem tensas relações com a China.
O arquipélago das Maldivas, composto por 1.192 ilhotas de coral espalhadas por cerca de 800 quilômetros no oceano Índico, é conhecido pelo turismo de luxo e um destino para celebridades e personalidades ricas de todo o mundo.
Está localizado em uma região estratégica, em uma das rotas marítimas mais movimentadas do planeta.
O partido de Muizzu, que já esteve no poder, defende uma aproximação com a China e fazer parte do plano de infraestrutura da Nova Rota da Seda promovido por Pequim como parte de sua política externa.
Na segunda-feira, a China felicitou Muizzu, que após sua vitória prometeu reduzir a dependência do arquipélago da Índia para priorizar os laços com Pequim.
"A China está disposta a trabalhar com as Maldivas para consolidar a amizade tradicional, aprofundar a cooperação mutuamente benéfica e avançar na associação global de cooperação amistosa orientada para o futuro entre os dois países", afirmou o Ministério chinês das Relações Exteriores em nota enviada à AFP.
FONTE: Estado de Minas