Russos ricos seguem transferindo dinheiro para Suíça (imprensa)

14 set 2023
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Alguns russos ricos seguiram transferindo dinheiro para a Suíça muito depois do início da invasão da Ucrânia, revelou, nesta quinta-feira (14), uma investigação do grupo de meios de comunicação Tamedia, que detalha o exemplo do diretor de uma empresa pública que apoia ativamente a guerra.

Segundo a investigação, a filha e a esposa de Alexander Ponomarenko, diretor do Mosvodokanal, empresa que abastece de água potável a cidade de Moscou, depositaram "milhões na Suíça, inclusive depois de começar a guerra".

A unidade de investigação do grupo analisou, em colaboração com vários veículos, documentos russos e dados de um gestor de ativos de Zurique que apareceram na dark web após um ataque hacker.

Em junho de 2022, quando a ONU denunciava em Genebra as atrocidades contra os civis em Mariupol, a filha de Ponomarenko abriu "quase ao mesmo tempo" uma conta no banco Reyl em Zurique, no qual foi depositada "pouco depois" uma soma de "9,5 milhões de dólares (quase R$ 50 milhões)".

Em novembro de 2022, sua esposa possuía cerca de "26 milhões de dólares (quase R$ 135 milhões) no Julius Baer, e 4,5 milhões (quase R$ 24 milhões) no banco Pictet.

No entanto, em março de 2022, a Suíça proibiu seus bancos de aceitar depósitos bancários de mais de 100.000 francos suíços (110.000 mil dólares ou 570 mil reais) provenientes de cidadãos russos. Vários bancos, entre eles o Julius Baer, anunciaram que se afastariam de seus clientes russos.

Mas essas restrições podem ser facilmente burladas, usando, por exemplo, "passaportes dourados".

A esposa e a filha de Ponomarenko têm um passaporte ou permissão de residência em um país da União Europeia, o que lhes permite não serem "consideradas como clientes 'da Rússia'", conforme indicou a Tamedia.

Embora Ponomarenko não esteja entre os russos sancionados pelos aliados da Ucrânia, "a filha e a esposa do diretor de uma empresa estatal são pessoas politicamente expostas" e, portanto, "clientes de alto risco", declarou ao grupo Tamedia Gretta Fenner, diretora do Basel Institute on Governance, que auxilia os governos a rastrear ativos ilegais.

A Suíça é regularmente criticada, especialmente pelos Estados Unidos, que a acusam de não fazer o suficiente para rastrear os ativos dos oligarcas russos.


FONTE: Estado de Minas


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