Suecos estão usando Spotify para lavar dinheiro do tráfico, diz jornal

12 set 2023
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A plataforma de música Spotify estaria sendo usada por grupos criminosos da Suécia – responsáveis por uma onda de tiroteios no país nórdico nos últimos anos – para lavagem de dinheiro. A denúncia foi publicada em reportagem no jornal sueco Svenska Dagbladet (SvD), afirmando ainda que quatro membros de gangues diferentes, que operam em Estocolmo, confirmaram a informação. Além disso, dados fornecidos por um investigador da polícia subsidiam a reportagem. 

 
Vale contextualizar que a Suécia, em decorrência de confrontos entre gangues e acertos de contas, enfrenta episódios recorrentes de violência há alguns anos. Somente em 2022, houve 90 ataques com explosivos e 391 tiroteios. Ao todo, 62 pessoas morreram no período.
 
"Posso dizer com 100% de certeza que isso acontece. Eu mesmo estive envolvido. Nós pagamos sistematicamente pessoas para fazer isso por nós", disse um membro de uma gangue, que pediu para não ser identificado, informou o SvD, acrescentando que essas gangues usam há anos o dinheiro que ganham com o tráfico de drogas, roubos, fraudes e assassinatos para pagar downloads falsos de músicas lançadas por artistas ligados aos criminosos. 
Assim, eles recebem pagamentos do Spotify e conseguem lavar o dinheiro de suas atividades ilícitas. Ainda segundo o mesmo integrante do grupo, os criminosos convertem dinheiro de atividades ilícitas em criptomoedas bitcoin para pagar as pessoas que geram os downloads falsos. Nesse sentido, um milhão de downloads gera entre 40 mil e 60 mil coroas suecas (entre US$ 3.600 e US$ 5.400, R$ 17.891 e R$ 26.837 na cotação atual), afirma o jornal.
 
O inspetor de polícia consultado pela reportagem alega ter entrado em contato com o Spotify para denunciar essa prática em 2021, mas a empresa nunca respondeu, segundo conta. “O Spotify virou um caixa automático para as gangues”, disse o oficial em entrevista. 
 
Em nota, o Spotify disse que os downloads manipulados são “um desafio para toda a indústria” e que a empresa está “trabalhando duro para resolver esse problema”. 

FONTE: Estado de Minas


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