Suicídio de adolescente vítima de bullying revolta governo francês

18 set 2023
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Uma carta ameaçadora enviada pelas autoridades de Ensino locais aos pais de um adolescente na França que se queixava de sofrer "bullying" na escola indignou o governo francês, que a classificou como uma "vergonha", após o suicídio do jovem.

Nicolas, de 15 anos, suicidou-se em 5 de setembro, um dia após iniciar o ano letivo em uma nova escola em Paris, depois de ter-se queixado de sofrer "bullying" no ano anterior no seu então centro localizado em Poissy, cerca de 20 km a norte da capital.

Em vez de se solidarizarem com os pais do adolescente, as autoridades educacionais responsáveis pela instituição, em que estudava, enviaram uma carta em maio, afirmando que suas declarações eram "inaceitáveis" e pedindo-lhes que adotassem uma atitude "construtiva".

"Ficamos indignados e consternados ao receber essas cartas" em resposta à preocupação sobre o assédio, disse a mãe, Béatrice, à AFP. "O pai de Nicolas e eu não entendemos isso, ainda não entendemos", acrescentou ela.

A carta também lembrava que a calúnia na França é um crime que pode ser punido com até cinco anos de prisão e multa de 45 mil euros (cerca de US$ 48 mil, ou R$ 233,7 mil na cotação atual).

"Esta carta é uma vergonha, uma vergonha", disse no sábado o ministro da Educação, Gabriel Attal, após a informação ser revelada pela rede BFMTV.

A primeira-ministra Élisabeth Borne reconheceu que, "claramente, houve uma falha no tipo de resposta dada a pais extremamente preocupados".

Attal disse que os inspetores abriram uma investigação que apresentará suas conclusões dentro de duas semanas, com possível aplicação de sanções.

Nicolas se queixou de "bullying" pela primeira vez em dezembro de 2022.

O novo ministro da Educação, que tomou posse em julho, fez da luta contra o "bullying" escolar uma prioridade, após uma série de suicídios de jovens nos últimos anos.

A Procuradoria de Versalhes, que tem competência na área de Poissy, investiga se o suicídio está diretamente relacionado com o assédio sofrido pelo adolescente, embora tenha advertido que ainda não é possível tirar conclusões.


FONTE: Estado de Minas


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