Tensão aumenta na Guatemala após semana de protestos contra procuradora

09 out 2023
Fique por dentro de todas as notícias pelo nosso grupo do WhatsApp!

Milhares de guatemaltecos exigiram nesta segunda-feira (9) a renúncia da procuradora-geral, Consuelo Porras, a quem acusam de perseguição contra o presidente eleito, Bernardo Arévalo, quando se completa uma semana de protestos com bloqueios, que começam a provocar falta de combustível e alta nos preços de produtos básicos.

Exibindo bandeiras guatemaltecas - azuis e brancas -, uma multidão protestou em frente à sede do Ministério Público, na capital, enquanto outras milhares de pessoas mantinham fechada, com caminhões, carros, motos e outros obstáculos, uma centena de trechos de rodovias em todo o país, estimou a polícia.

"Fora, corruptos!", "Fora, golpistas!", "Renunciem!" diziam cartazes exibidos pelos manifestantes em frente ao Ministério Público e a outras instituições do Estado, enquanto faziam soar apitos e vuvuzelas.

Há oito dias, são mantidos os bloqueios para exigir a saída de Consuelo Porras, do promotor Rafael Curruchiche e do juiz Fredy Orellana, depois que eles mandaram fazer uma batida no tribunal eleitoral por supostas irregularidades nas eleições, disputadas no primeiro e no segundo turno em junho e agosto passados.

Apoiado pelos Estados Unidos, pela União Europeia e por outros países, além de órgãos internacionais, o opositor Arévalo considera que os três funcionários atentam contra a democracia e tentam impedir que ele assuma a Presidência em 14 de janeiro.

Arévalo os acusa de estarem à frente de um "golpe de Estado em curso", devido ao temor das elites no poder de sua promessa de combater a corrupção.

Os protestos foram convocados inicialmente por organizações indígenas do oeste da Guatemala e depois aderiram grupos universitários, professores, médicos e outras organizações .

- 'Até a renúncia' -

Lojas, empresas e mercados fecharam as portas, o que comça a provocar um desabastecimento de verduras e combustíveis, como gasolina e diesel. Os preços de produtos básicos dobraram ou triplicaram.

A aviação civil pediu que os manifestantes permitam o transporte de combustível, pois já há desabastecimento para os aviões. Policiais intervêm em atos de violência entre manifestantes e pessoas que se queixam dos bloqueios.

"Não vamos sair daqui até que a procuradora renuncie, tem gente que vem nos apoiar, vem nos trazer comida. O povo está bem unido", disse à AFP na região abastada de Cayalá, periferia da Cidade da Guatemala, um manifestante, que cobria o rosto com um lenço.

A procuradora descartou uma renúncia e pediu hoje que as forças de segurança ajam para desbloquear as vias, como determinou a Corte Constitucional, ao acolher uma ação apresentada por empresários.

A procuradora, Curruchiche e Orellana, que também avalizaram a inabilitação do partido político de Arévalo, o Semilla, são considerados pelos Estados Unidos "corruptos" e "antidemocráticos". "O país já se cansou de tudo isto, queremos que renunciem, para que volte a normalidade", disse à AFP o taxista Gerson González.

"É uma manifestação pacífica, não iremos mais permitir essa corrupção, nós (o povo) somos o poder da Guatemala para tirar esses corruptos", disse outro manifestante, que pediu para ter sua identidade preservada.


FONTE: Estado de Minas


VEJA TAMBÉM
FIQUE CONECTADO