Todo-poderoso do J-pop era um predador sexual, revela investigação

29 ago 2023
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Johnny Kitagawa, fundador de uma agência que dirigiu as carreiras de estrelas do pop japonês desde o início dos anos 1960, agrediu sexualmente jovens novatos da cena musical japonesa durante décadas, de acordo com testemunhos de vítimas colhidos por investigadores, cujo relatório foi publicado nesta terça-feira (29).

A agência Johnny and Associates, que desde sua fundação no início dos anos 1960 por Kitagawa dominou a indústria do entretenimento no Japão, tem a seu crédito o surgimento de bandas famosas como SMAP, TOKIO e Arashi, imensamente populares em toda a Ásia.

Kitagawa faleceu em 2019, aos 87 anos. Durante décadas, foi alvo de rumores sobre abuso sexual de jovens que esperavam fazer carreira no pop japonês.

A agência contratou uma comissão composta por um advogado, um psiquiatra e um psicólogo para investigar as denúncias de abuso sexual. Também recomendou que a atual presidente, Julie Fujishima, sobrinha de Kitagawa, renunciasse ao cargo, pois ela estava ciente das acusações há muito tempo, mas "não fez nenhuma investigação".

O relatório da comissão cita descrições precisas de abuso sexual recolhidas durante entrevistas com 41 supostas vítimas de agressão e testemunhos de funcionários da agência. Segundo a investigação, as agressões sexuais contra jovens talentos podem remontar à década de 1950, antes mesmo da fundação da agência.

A polêmica surgiu após a transmissão, em 2023, de um documentário na emissora de televisão pública britânica, a BBC. Muitas vítimas descreveram os atos sexuais, aos quais foram submetidas, e os traumas psicológicos decorrentes das agressões, incluindo a impressão de se sentirem "manchadas".

As denúncias de abuso apareceram na imprensa japonesa em 1999, e Kitagawa iniciou, com sucesso, um processo por difamação. O veredito foi parcialmente anulado após recurso, e ele nunca foi acusado.

"A substituição da atual presidente é indispensável para que a agência se reforme e recomece do zero", estimou o painel de investigadores.


FONTE: Estado de Minas


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