Trump assiste a nova audiência de seu julgamento civil em NY

17 out 2023
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O ex-presidente americano Donald Trump compareceu, nesta terça-feira (17), às audiências de um julgamento civil por acusações de supostas fraudes financeiras.

Trump, de 77 anos, falou com jornalistas ao chegar à sala do tribunal de Manhattan e atacou a procuradora-geral de Nova York, Letitia James - que apresentou o caso de fraude civil contra ele -, o juiz responsável pelo julgamento e o atual presidente Joe Biden.

"Isso é uma caça às bruxas por parte de uma procuradora-geral radical e lunática. E é muito injusto", disse Trump.

"Este é um julgamento fraudulento", acrescentou o ex-presidente (2017-2021), ao dizer que é presidido por um "juiz democrata" com visões "muito liberais".

Favorito para a indicação presidencial do Partido Republicano para as eleições de 2024, Trump também afirmou, falsamente, que teve seu "direito de falar" retirado pela juíza federal que vai presidir seu julgamento por conspirar para anular as eleições americanas de 2020.

"Me tiraram a palavra. Sou um candidato que se apresenta às eleições e não me é permitido falar", disse.

"Tudo isso é uma trama que vem do Departamento de Justiça", afirmou o magnata. "Está tudo armado por Biden e seus capangas para tentar lhe dar uma vitória eleitoral que ele não tem o direito de ganhar", enfatizou.

Na segunda-feira, a juíza Tanya Chutkan não retirou o "direito de falar" de Trump. Em vez disso, ordenou que ele não atacasse publicamente os promotores, o pessoal do tribunal e possíveis testemunhas, antes do julgamento previsto para começar em março de 2024.

A decisão de Chutkan veio após o promotor especial Jack Smith, um alvo frequente de Trump, entrar com uma moção alegando que a retórica explosiva do ex-presidente ameaçava enfraquecer seu julgamento por subversão eleitoral.

O juiz Arthur Engoron, que supervisiona o julgamento por fraude civil, também impôs uma ordem de silêncio limitada ao ex-presidente neste mês, depois que ele insultou um secretário judicial em uma postagem nas redes sociais.

Engoron proibiu "todas as partes de publicar, enviar e-mails ou falar publicamente" sobre a equipe de seu tribunal.

- Sanções milionárias -

Nesta terça, Trump se sentou entre seus advogados para ouvir, no 12º do julgamento por fraude, o testemunho de uma das contadoras da Organização Trump, Donna Kidder, seguido do de Doug Larson, ex-diretor da imobiliária Cushman & Wakefield.

Neste julgamento civil, a Promotoria acusa o republicano e a dois de seus filhos, Eric e Donald Jr., de terem sobrevalorizado em centenas de milhões de dólares seus campos de golfe, residências e arranha-céus nova-iorquinos para obterem empréstimos mais vantajosos dos bancos, o que ele nega.

"Construímos uma grande empresa, um montão de dinheiro, um montão de grandes ativos e alguns dos melhores bens imóveis do mundo", disse Trump.

Durante o seu desempenho, Larson confirmou que, em 2015, havia estimado o valor do número 40 de Wall Street, um arranha-céu de 72 andares no distrito financeiro de Manhattan, em 540 milhões de dólares (R$ 2,72 bilhões, na cotação atual). E não em 735 milhões (R$ 3,7 bilhões), o valor que o grupo Trump finalmente manteve em suas demonstrações financeiras.

O bilionário tem muito em jogo neste processo civil, que pode lhe custar o controle de seu império empresarial, além de sanções econômicas de até 250 milhões de dólares (R$ 1,3 bilhão).

- Fraudes comprovadas -

Mesmo antes do início do julgamento, o juiz Engoron determinou que ficou demonstrada a ocorrência de repetidas fraudes e que os ativos foram superestimados entre US$ 812 milhões (R$ 4,09 bilhões) e US$ 2,2 bilhões (R$ 11 bilhões) anuais entre 2014 e 2021.

Como resultado, ordenou o confisco e a liquidação de empresas que poderiam levar ao desmantelamento do império imobiliário de Donald Trump, mas sua aplicação foi suspensa em apelação.

A volta de Trump à sala de seu julgamento nesta terça provocou especulações de um duelo explosivo entre o magnata e seu ex-advogado e agora arqui-inimigo, Michael Cohen. Mas o depoimento de Cohen foi adiado por razões médicas.

Ele também deve comparecer às audiências de quarta e quinta-feiras, depois de dois comícios na segunda-feira no estado de Iowa, em uma corrida para vencer as primárias republicanas, das quais se mantém como favorito nas pesquisas.

No total, quatro processos criminais aguardam o republicano. Entre eles, um em que é acusado por suas tentativas de reverter os resultados de 2020 e que começará em 4 de março em um tribunal federal de Washington.


FONTE: Estado de Minas


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