Trump pode ser alvo de nova acusação na Geórgia por eleições de 2020
Os promotores da Geórgia que investigam a suposta tentativa do ex-presidente Donald Trump de alterar o resultado das eleições de 2020 neste estado do sul dos Estados Unidos iniciaram a apresentação de provas a um grande júri nesta segunda-feira (14), antes de uma possível acusação.
Se isso ocorrer, seria a quarta acusação em menos de seis meses contra Trump, que é o franco favorito a ser o candidato do Partido Republicano nas eleições de 2024.
Dois dos depoentes relataram que foram chamados para depor nesta segunda-feira, em vez de na terça. Pela manhã, dois ex-congressistas democratas da Geórgia testemunharam perante o grande júri.
A procuradora distrital do condado de Fulton, Fani Willis, formou este painel de cidadãos com poderes de investigação para determinar se havia provas suficientes para acusar Trump, especialmente por fraude e interferência eleitoral.
O ex-presidente atacou um dos depoentes na sua plataforma Truth Social nesta segunda-feira: o ex-vice-governador republicano Geoff Duncan, afirmando que ele "não deveria" testemunhar no caso.
Ele também voltou a atacar a procuradora, alegando que ela está "apenas querendo pegar Trump". Além disso, ele reiterou, sem provas, que foi vítima de fraude na Geórgia em 2020 em benefício de seu rival Joe Biden.
- Telefonema -
A investigação teve início após um telefonema, em janeiro de 2021 - cuja gravação foi tornada pública -, no qual Trump pediu a um funcionário local, Brad Raffensperger, que "encontrasse" cerca de 12.000 cédulas em seu nome que faltavam para ganhar os 16 delegados da Geórgia.
Nos Estados Unidos, os cidadãos não elegem diretamente o presidente, mas escolhem os delegados que compõem o Colégio Eleitoral de cada estado, que votarão em um ou outro candidato.
De acordo com documentos judiciais, os investigadores relatam "um plano coordenado e em vários estados realizado pela equipe de campanha de Trump" para influenciar os resultados das eleições.
Espera-se que as acusações revelem "uma série de atos ilícitos para reverter o resultado das eleições na Geórgia: hackeamento de computadores, declarações falsas, assédio, etc.", enumera Anthony Kreis, professor de direito da universidade deste estado, nas redes sociais.
Especialistas jurídicos preveem que a procuradora recorrerá a uma lei vigente na Geórgia sobre crime organizado, que geralmente é usada contra gangues e prevê penas de cinco a 20 anos de prisão.
O grande júri já recomendou a acusação de uma dúzia de pessoas, sem especificar quem são.
Para evitar possíveis pressões ou violência, foram instaladas barreiras de segurança em frente ao tribunal no centro de Atlanta, onde a investigação está ocorrendo.
Ao contrário dos julgamentos federais, o processo judicial na Geórgia é televisionado, mas o magnata, que deve grande parte de sua fama a um programa de 'reality show', pode optar por ser representado por um advogado.
Mesmo se ele vencesse as eleições de 2024, se fosse condenado, ele não poderia perdoar a si mesmo ou fazer com que a procuradoria retirasse as acusações, porque trata-se de um caso nos tribunais do estado da Geórgia, sobre o qual o estado federal não tem autoridade.
Trump já foi acusado em outros três casos: suposta conspiração para alterar o resultado das eleições de 2020 (em um caso em Washington), negligência na gestão de documentos confidenciais (em um tribunal da Flórida) e supostos pagamentos ocultos a uma ex-atriz pornô para comprar seu silêncio (em um tribunal de Nova York).
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FONTE: Estado de Minas