Venezuela faz operação para retomar controle de prisão comandada pelo crime
Mais de 11.000 militares e policiais da Venezuela tomaram, na madrugada desta quarta-feira (20), a prisão de Tocorón, centro de operações do grupo Trem de Aragua, que opera em diversos países da América Latina.
Com esta operação, o centro penitenciário Tocorón (Aragua, norte) "passará por um processo de reestruturação e será desocupado por completo", assinalou Caracas em um comunicado.
"Está totalmente tomada esta penitenciária e a infraestrutura foi totalmente liberada", disse o general Remigio Ceballos, ministro de Interior e Justiça, em declarações transmitidas pela televisão estatal VTV.
Durante a ação, as autoridades informaram que um centro de "conspiração e crime" da rede criminosa internacional Trem de Aragua foi desmantelado.
A penitenciária, onde foram construídos um campo de beisebol, um zoológico, uma piscina e até uma discoteca de luxo, além de uma espécie de cidadela, era controlada com total impunidade por esta organização criminosa.
Vídeos que circularam nas redes sociais mostram a presença de mulheres e crianças no interior da prisão.
O governo também anunciou em nota a execução de uma "segunda fase" da operação para "busca e captura" de "delinquentes fugitivos", sem detalhar o número de presos que escaparam durante a operação das forças de segurança.
Segundo uma investigação da jornalista especializada no Trem de Aragua, Roanna Rísquez, o grupo conta com 5.000 integrantes na América do Sul.
Em entrevista à AFP, a jornalista assinalou que a operação foi realizada por pressão de países como Colômbia, Chile e Peru, "que denunciaram a presença de um grupo armado como o Trem de Aragua operando em seus territórios de maneira impune".
Foi a partir desses países que se identificou que esta quadrilha comandava suas operações de dentro da prisão de Tocorón, por isso esses governos pressionaram a Venezuela para que tomasse medidas, acrescentou Rísquez.
O Trem de Aragua surgiu em 2014, realizando atividades mafiosas "clássicas" como sequestros, roubos, tráfico de drogas, prostituição e extorsão. Contudo, expandiram mais tarde sua atuação para a exploração ilegal de ouro.
FONTE: Estado de Minas