50 anos do Ibitipoca: confira dez curiosidades sobre o parque
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O parque estadual mais visitado em Minas Gerais, o Ibitipoca, na Zona da Mata mineira, comemora, neste mês de julho, 50 anos de existência. Desde sua fundação, em 1973, o local atrai turistas do Brasil inteiro pelas belezas naturais, além de ser um importante centro de pesquisa e preservação. "É um lugar de onde as pessoas saem transformadas e se reconectam com a natureza e podem colaborar com a proteção dela", resume Clarice Lantelme, gerente do Parque Estadual do Ibitipoca.
O parque é administrado pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), mas foi alvo de mudanças recentemente, com o processo de concessão iniciado em 2022. Pelos próximos 30 anos, a Parques Fundo de Investimento em Participações em Infraestrutura (Parquetur) será responsável por investir no Ibitipoca. A empresa, representada pela corretora Fram Capital, venceu o leilão de concessão da área realizado em dezembro do ano passado.
De acordo com o ativista e morador da região, Fred Fonseca, a concessão gera preocupações na Vila de Conceição do Ibitipoca, distrito onde se localiza uma das portarias do parque, por causa das dúvidas sobre a estrutura para receber um grande número de visitantes. "A concessão não vem de todo negativa, mas pode transformar o Ibitipoca em um parque que vai ser visitado em potência total, o que pode deixar um impacto na vila como falta de água, de saneamento, de infraestrutura mesmo", afirma.
Segundo Fonseca, o parque tem uma relação "simbiótica" com a vila. "É uma unidade de preservação peculiar, tem coisas que não se vê em outros lugares, como a fauna, flora, minério", acrescenta.
Na comemoração dos 50 anos, separamos 10 curiosidades sobre o Parque Estadual do Ibitipoca. Confira abaixo.
Curiosidades sobre o Ibitipoca
1. Origem do nomeA palavra Ibitipoca vem do idioma tupi-guarani e significa "serra que estoura" ou "Serra estourada". A gerente Clarice explica a escolha: "Tem alguns significados, mas esse é o mais utilizado. Tem a ver com o grande número de incidência de raios na região, até pela altitude".
2. Criação do parque
O Parque Estadual do Ibitipoca foi criado em 4 de julho de 1973, pela Lei 6.126. Antes de o equipamento ser criado, já existia o povoado de Conceição do Ibitipoca. O local, importante durante o Ciclo do Ouro, se apoiava nas atividades agropecuárias de pequeno porte e na retirada de madeira.
A criação do parque aconteceu com o objetivo de preservar a rica fauna e flora do local, que poderia sofrer consequências com a expansão das atividades econômicas. Além disso, o potencial turístico do local também foi considerado. Hoje em dia, o povoado tem sua economia voltada para o mercado turístico.
3. Localização
Localizado na Serra do Ibitipoca, o parque é uma ramificação da Serra da Mantiqueira e divisor das águas das bacias dos rios Grande e Paraíba do Sul. Seu território engloba os municípios de Lima Duarte e Santa Rita do Ibitipoca, na Zona da Mara Mineira.
O Ibitipoca está localizado a 80 km de Juiz de Fora, a 260 km do Rio de Janeiro, a 340 km de Belo Horizonte e a 470 km de São Paulo. Pela BR-040, ele pode ser acessado através da BR-267 ou da MG-338.
4. Limite de visitantes
Atualmente, o parque funciona com um limite de mil visitantes por dia. Dessas vagas, 700 são reservadas para agendamento, e 300 estão disponíveis na portaria, por ordem de chegada. Clarissa conta que o limite é atingido com facilidade nos finais de semana e feriados. "Chega a ultrapassar esse número. Ainda fica visitante para fora. É um parque relativamente pequeno, não é tão grande se comparar com outros. A grande concentração de atrativos naturais chama muita gente", afirma.
5. Beleza natural
Com 1.488 hectares, o Parque Estadual do Ibitipoca concentra um grande número de belezas naturais. Os vários córregos e riachos fazem escavações que formam passagens subterrâneas, como por exemplo, a Ponte da Pedra. Além disso, as grutas formadas em rochas quartzíticas integram o rico patrimônio espeleológico com mais de 40 cavernas cadastradas, com nove delas abertas para visitação.
6. Flora diversa
A fitosionomia, tipo de vegetação presente em um determinado bioma, é diversa no Ibitipoca. A gerente enumera: "As fitofisionomias presentes são florestas, nanoflorestas, arbustais, savanas e campos nebulares".
O parque possui uma vegetação composta por mata atlântica, pelos campos rupestres em afloramentos rochosos e matas ciliares ao longo dos cursos d'água. Cactos, bromélias, orquídeas, samambaias e líquens são característicos da Serra do Ibitipoca. As candeias existem em abundância, quase sempre cobertas com um líquen esverdeado chamado barba-de-velho.
7. Fauna exclusiva
A rica fauna possui presença de espécies ameaçadas de extinção, como a onça parda, o lobo guará e o primata sauá. Além disso, o macaco barbado (bugio), o papagaio-do-peito roxo, o coati, o andorinhão-de-coleira falha, entre outros. A exclusividade é ainda maior na classe dos anfíbios, já que uma espécie de perereca foi identificada pela primeira vez na região, a Hyla Ibitipoca.
8. Circuitos
A principal atração do parque são os circuitos que se dividem em três: Circuito das Águas, Circuito Janela do Céu e o Circuito do Pião. Clarissa Lantelme destaca: "Para quem gosta de trekking e caminhada, o parque é mais atrativo ainda. Os circuitos agradam todos, sendo o mais curto o Circuito das Águas, e o mais longo o Circuito Janela do Céu".
O Circuito Janela do Céu é o que tem maior grau de dificuldade. Ele é o maior do parque e tem 16 km de percurso. Nele se encontra a Janela do Céu, famoso nas redes sociais. A fila para tirar uma foto no mirante pode chegar a durar horas. Apesar de ser conhecido, Clarissa afirma que os visitantes não têm um circuito favorito, sendo os três bem procurados. "Todos os circuitos são muito procurados, já que todos têm atrativos exuberantes. As cavernas, lagos, poços e quedas d’água e trilhas agradáveis para caminhada existem nos três", conta.
O Circuito das Águas é o que possui menor grau de dificuldade, e os atrativos são de fácil acesso. O trajeto possui cerca de 5 quilômetros de extensão e o grau de dificuldade é de médio a baixo, dependendo do atrativo e das condições físicas do visitante. O Circuito do Pião tem 10 quilômetros de extensão e é considerado de médio grau de dificuldade, já que é longo e com muitas subidas.
9. Concessão
O IEF e a empresa privada Parquetur assinaram o contrato de concessão de uso dos parques do Ibitipoca e Itacolomi pelos próximos 30 anos. De acordo com o projeto do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico, (BNDES), Nos próximos seis anos, a concessão deve viabilizar um investimento de cerca de R$ 15 milhões.
A gerente do parque estadual elenca as expectativas com o investimento: "Espera-se um salto qualitativo na visitação, com isso o parque pode oferecer um serviço de visitação mais moderno e de melhor qualidade", diz Clarissa.
No entanto, ela explica que, apesar do investimento em visitação, o Ibitipoca não se resume a isso, e o IEF ainda fica responsável por outras áreas. "O IEF continua como administrador e vai executar as outras tarefas para além da visitação. Por exemplo, o parque recebe um número expressivo de pesquisas, então é necessário apoiar e fomentar as pesquisas na parte de educação ambiental", afirma ela.
10. Novidades
O investimento que chega com a concessão trará novidades para o Parque Estadual do Ibitipoca. "Entre os encargos que devem ser executados pela concessionária estão novos atrativos, reabertura de alguns que estão fechados e uma nova abertura em outro município que dá acesso a Santa Rita do Ibitipoca e Bias Fortes", explica Clarissa.
O projeto conta com a reabertura da Cachoeira da Pedra Quadrada e da Cachoeira das Fadas.
Informações para visitação:
O horário de visitação do parque é de segunda-feira a domingo, de 7h às 18h, não sendo permitida a entrada de visitantes após as 17h.
O valor da entrada é R$20 durante a semana (seg. a sex.), e R$ 25 aos finais de semana e feriados.
O valor cobrado pelo estacionamento é R$ 20 para motocicletas, R$ 25 para veículos com até sete pessoas e R$ 65 para veículos para mais de sete pessoas (como vans e ônibus).
*Estagiária sob a supervisão do subeditor Fábio Corrêa
FONTE: Estado de Minas