68,5 TONELADAS DE PEDRAS DENTRO DA LAGOA
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Uma das vertentes investigadas pela CPI foi o predatório aterro e assoreamento que ocorre na Lagoa da Pampulha, que modifica suas características originais, com consequências estéticas e na própria qualidade da água. A Pampulha já conta com a perda de aproximadamente 50% do volume de água da lagoa e de 20% do seu espelho d'água, sendo que tais efeitos danosos se concentraram, principalmente, na porção oeste da lagoa, onde estão localizados a maioria dos córregos afluentes e que corresponde à área de menor profundidade da lagoa.
Desde 2013, com o andamento dos trâmites da candidatura do Conjunto Moderno da Pampulha ao Patrimônio Mundial pela Unesco, aproximadamente R$145,5 milhões de reais já foram gastos para a execução dos serviços de desassoreamento, sendo que não há nenhuma percepção de melhora das áreas assoreadas. Pelo contrário, a Lagoa da Pampulha continua com aumento do aterro na enseada do zoológico e com o abandono das estradas de serviço “temporárias” dentro da lagoa.A CPI constatou que em 2015 foram fornecidos 45.000 quilos de pedras de enrocamento. Esse item consubstanciado em “enrocamento”, refere-se ao conjunto de pedras disposto na água ou em terrenos encharcados, sobrepostos uns aos outros, até a superfície, como lastro para fundação ou proteção de obra hidráulica.E não parou por aí. A planilha orçamentária de 2017 traz a aquisição de 23.537 quilos de pedras para enrocamento. Todo esse material foi depositado no perímetro da Lagoa da Pampulha, na vigência do contrato AJ-049/18, que deveria promover o desassoreamento da lagoa. Um verdadeiro contrassenso.