A cada 24 horas, 13 mulheres sofreram algum tipo de violência em Juiz de Fora em 2023

31 dez 2023
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Das 4.715 vítimas, mais de 2 mil delas foram violentadas psicologicamente pelo companheiro, namorado ou filho. Saiba como denunciar. Mulheres vítimas de variados tipos de violência, como física, psicológica, moral, sexual e patrimonial, foto ilustrativa

Freepik.com/Reprodução

Em Juiz de Fora, 4.715 mulheres sofreram algum tipo de violência neste ano, seja ela física, moral, sexual, patrimonial ou psicológica, lembrando que há casos em que pode haver mais de um tipo de violência por ocorrência. O número dá uma média de 13 casos de violência contra mulheres registrados na cidade a cada 24 horas.

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Os dados constam em um painel divulgado pelo Governo de Minas com base nas ocorrências registradas pela Polícia Civil e indica que 2023 é o período com o maior número de ocorrências dos últimos anos, um crescimento de quase 4% com relação a 2022, por exemplo. Veja abaixo os números.

Ainda conforme os dados, ex-companheiros foram apontados como autores das agressões em 1.691 casos de violência notificados em 2023.

Em segundo aparecem os maridos como autores de 1.413 dos registros, seguidos de filhos e enteados (491), pai ou responsável legal (357), irmão (335) e namorados (312).

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Violência psicológica cresce

A violência psicológica é classificada como qualquer conduta que cause danos emocionais e diminuição da autoestima; prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento da mulher; ou vise degradar, ou controlar ações, comportamentos, crenças e decisões. São exemplos:

ameaças;

constrangimento;

humilhação;

manipulação;

isolamento;

vigilância constante;

perseguição contumaz;

insultos;

chantagem;

exploração;

limitação do direito de ir e vir;

ridicularização;

tirar a liberdade de crença;

distorcer e omitir fatos para deixar a mulher em dúvida sobre a própria memória e sanidade.

Conforme os dados, entre as 2.009 mulheres que sofreram violência psicológica em Juiz de Fora, a maioria (1.570 casos) foi classificada como vítima de ameaça.

Perseguição e atrito verbal seguem como os demais principais motivos da busca pela polícia, nesta modalidade, com 101 e 39 casos, respectivamente.

Perfil das vítimas

As autodeclaradas brancas são as mais atingidas (40%), seguida das mulheres pardas (29%) e negras (25%);

No que se refere à faixa etária, mulheres com idades entre 25 e 34 anos são as mais atingidas pela violência, com 590 registros;

Os dados do perfil das vítimas de violência contra a mulher chama a atenção por colocar a violência psicológica em um patamar muito próximo da tão discutida violência física, que fechou 2023 com 1.782 casos.

Outras formas de violência e casos registrados em 2023 em Juiz de Fora:

Violência sexual: 315 casos;

Violência patrimonial: 264 casos;

Violência moral: 184 casos.

Denuncie!

Juiz de Fora conta com a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), localizada no 2º andar do Shopping Santa Cruz, no Centro. Vale lembrar que mesmo após sanção presidencial em abril prevendo funcionamento ininterrupto, o local permanece com atendimento de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 18h30.

Localizada na Avenida Olegário Maciel, nº 167, no Bairro Paineiras, a Casa da Mulher Segura funciona de segunda a sexta-feira, em horário comercial, e oferece acolhimento, escuta e encaminhamento à rede de atendimento para que as mulheres saíam de situações de risco.

Outra opção é o Núcleo de Atendimento da Mulher, administrado pela Ordem dos Advogados do Brasil Subseção Juiz de Fora (OAB/JF), também localizado no 2º piso do Santa Cruz Shopping.

Gerida pela Prefeitura, a Casa da Mulher oferece atendimento de segunda a sexta-feira, de 8h as 17h, na Avenida Garibaldi Campinhos, 169, no Bairro Vitorino Braga.

Já à noite, nos fins de semana e feriados, as ocorrências são atendidas pela Delegacia de Plantão, no Bairro Santa Terezinha.

Em situações emergenciais, as vítimas também podem buscar auxílio remoto, pelos seguintes canais:

Ligue 180, Central de Atendimento à Mulher, que, através de ligação gratuita, presta escuta e acolhida qualificada às mulheres em situação de violência em todo o país;

Atendente virtual "Chame a Frida", que atende pelo número de Whatsapp (31) 99141-6954;

Delegacia virtual, que registra ocorrências diretamente pelo site.

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FONTE: G1 Globo

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