‘Acidente toda semana’, diz motorista sobre trecho onde torcedores morreram
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Com o acidente de ônibus que matou sete torcedores do Corinthians, na madrugada deste domingo (20/8), a BR-381, na altura do Km 525,4, próximo a Brumadinho, chegou a acumular 12km de congestionamento, segundo a concessionária Arteris Fernão Dias. Até as 11h30, a faixa da esquerda, sentido São Paulo havia sido liberada. A faixa da direita permanecia interditada em razão do acidente. Motoristas alegam que o local é muito perigoso.
O caminhoneiro Marco Aurélio Sebastião Marcondes, de 37 anos, e transporta minério diariamente de Itatiaiuçu até Sarzedo pela BR-381. De acordo com ele, os acidentes são frequentes nesse trecho, resultando rotineiramente em filas e engarrafamentos.
"A serra é muito perigosa. Não passa uma semana sem acidente, sempre na Curva do Desmanche. Acho que o nome é esse porque sempre desmancha um caminhão ali. Teve uma semana que foram acidentes todos os dias. Parece até combinado. Tira um caminhão tombado da pista ou do acostamento, daí a pouco tomba outro", comentou o caminhoneiro ao Estado de Minas.
"É uma mistura de falta de manutenção com o trecho que é perigoso, se os freios não estiverem em dia, ninguém segura nas descidas dessas curvas", completou.
As causas do acidente ainda não foram confirmadas pelas autoridades, no entanto, segundo o Corpo de Bombeiros (CBMMG), o veículo pode ter perdido os freios, pois, conforme relatos de passageiros, o motorista teria gritado avisando do problema. Em seguida, o ônibus atingiu um barranco e tombou. O local é uma forte descida, com curvas fechadas.
O acidente
Um ônibus que transportava 43 torcedores do Corinthians tombou por volta das 3h deste domingo na BR-381, altura do Km 525,4, entre Brumadinho e Igarapé, na Grande BH, matando ao menos sete pessoas e deixando 36 feridos, de acordo com informações do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG).
Inicialmente, foi divulgada a informação de que, no local, sete pessoas morreram. No entanto, por volta das 9h30, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) emitiu um comunicado dando conta de oito mortos ao todo. Às 11h, a polícia recuou e publicou uma errata informando que se tratavam mesmo de sete mortes.
O transporte particular retornava depois da partida ocorrida em Belo Horizonte, a 60 quilômetros do local do acidente, disputada no dia anterior, no Mineirão.
Vítimas do acidente
De acordo com o tenente Fernando Fróis, do Corpo de Bombeiros, alguns torcedores ficaram presos sob o veículo. A equipe foi acionada por volta das 3h e, às 10h40, havia finalizado a remoção dos corpos.
"A rodovia está completamente fechada no sentido São Paulo para retirada dos corpos e encaminhamento para o IML. Não há previsão de destombamento do ônibus, haja vista que é um trabalho que requer paciência", disse.
Ainda segundo a corporação, seis torcedores recusaram atendimento médico e outros 27 foram conduzidos para hospitais. A maior parte das vítimas foi encaminhada para o Hospital Municipal de Contagem. Os outros torcedores foram levados aos Hospitais Municipais de Betim e Oliveira e para o Hospital João XXIII.
Segundo o Corpo de Bombeiros, os torcedores que morreram no local não portavam documento de identificação, o que irá dificultar o reconhecimento das vítimas.
Local do acidente
O local é uma forte descida, com curvas fechadas. O segmento é conhecido como a Alto da Conquista e é um dos trechos mais perigosos da Rodovia Fernão Dias por se tratar de um local sinuoso e de serras, com curvas fechadas e declives fortes, apesar de duplicado, dotado de separação de pistas por barreira de concreto e contar com acostamento.
Nesse mesmo trecho, três quilômetros adiante, se encontra o local que foi considerado o mais mortal da Fernão Dias e o segundo pior de Minas Gerais, entre 2020 e 2022, quando sete pessoas morreram e quatro pessoas ficaram feridas, como mostrou a reportagem do Estado de minas.
O acidente com os torcedores agravou a situação do Km 525. O pior techo de Minas Gerais fica no Km 509 da BR-251, que registrou nove mortes e 12 feridos no mesmo período.
A concessionária que administra a rodovia, a Arteris Fernão Dias, informou que "atuou no atendimento com o envio de viaturas e mais de 20 colaboradores mobilizados no local", sendo que a prioridade seria o atendimento às vítimas e liberação do fluxo.
FONTE: Estado de Minas