AFP exige ‘investigação exaustiva’ sobre bombardeio contra jornalistas no Líbano

14 out 2023
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A Agence France-Presse (AFP) exigiu, neste sábado (14), uma "investigação exaustiva" de Israel e do Líbano sobre o bombardeio que feriu dois de seus jornalistas e matou um cinegrafista da Reuters, anunciou a direção da agência em um comunicado.

"É crucial fazer o possível para determinar como um grupo de jornalistas claramente identificados e devidamente credenciados pode ter se tornado alvo", afirmou o CEO da AFP, Fabrice Fries, citado no comunicado.

Fries pediu que tanto as autoridades israelenses quanto libanesas "não se contentem com meras 'verificações', mas realizem uma investigação exaustiva e forneçam respostas documentadas, claras e transparentes".

O ataque, no qual seis jornalistas ficaram feridos e um morreu, ocorreu na fronteira com Israel, no sul do Líbano.

Entre os feridos, alguns em estado grave, estão dois repórteres da AFP, dois da Reuters e dois da Al Jazeera. Entre eles, há um americano, um libanês e dois iraquianos.

O jornalista da Reuters que morreu se chamava Issam Abdallah, tinha 37 anos e era libanês.

O sul do Líbano é cenário quase diário de duelos de artilharia entre o grupo libanês Hezbollah e o Exército israelense desde o início da guerra entre o Estado hebraico e o movimento islamista palestino Hamas em Gaza, em 7 de outubro.

"Os jornalistas vítimas do ataque disseram acreditar que foram alvo de disparos de artilharia ou tanques do território israelense", afirmou a direção da AFP no comunicado.

"Fazemos um apelo a todas as partes envolvidas nas atuais tensões no Oriente Médio para que respeitem o trabalho dos jornalistas e façam o possível para garantir sua segurança", enfatizou Phil Chetwynd, diretor de Informação da AFP.

O Exército libanês acusou Israel pelo ataque. O Exército israelense, por sua vez, declarou "lamentar muito" a morte de Issam Abdalla e afirmou que estava realizando "verificações" sobre o ocorrido, sem reconhecer explicitamente sua responsabilidade.

A fotógrafa da AFP Christina Assi "ficou gravemente ferida, incluindo nas pernas", e "está em estado grave em um hospital de Beirute após passar por nove horas de cirurgias", informou a AFP.

"O repórter de vídeo Dylan Collins - que já havia sido ferido na Ucrânia em julho - sofreu ferimentos menos graves e poderá receber alta hospitalar em breve", acrescentou a direção da agência.

Pelo menos 10 jornalistas morreram na região nesta "semana sangrenta" para a profissão, sete deles em Gaza e no Líbano, informou a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF).


FONTE: Estado de Minas


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