Águas das represas que abastecem Juiz de Fora são classificadas como ‘ruins’ ou ‘péssimas’
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Levantamento foi feito por pesquisadores da UFJF no livro 'Represas de Abastecimento Público de Juiz de Fora: Mananciais da Vida'. Aumento da fiscalização é apontado como fator para melhorar a situação. Represa Dr João Penido em Juiz de Fora
Cesama/Divulgação As águas das três represas utilizadas para o abastecimento público de Juiz de Fora foram classificadas como “péssima” e “ruim”, segundo o livro em formato de dossiê “Represas de Abastecimento Público de Juiz de Fora: Mananciais da Vida”, publicado pela Editora UFJF. Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Telegram O professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e organizador do livro, Cézar Henrique Barra Rocha, usou pesquisas realizadas pelo Núcleo de Análise Geoambiental (Nagea) para examinar as represas, a partir das cartas de uso e da cobertura da terra das bacias de contribuição e das Áreas de Preservação Permanente (APP), principalmente as que margeiam os reservatórios de água. Para Rocha, é necessário aumentar a fiscalização com base nas leis já existentes e manejar, de forma sustentável, as áreas ao redor das represas para mitigar impactos negativos e proteger os recursos hídricos. Qualidade das águas varia entre 'péssima' e 'ruim' Represa em Juiz de Fora Reprodução/TV Integração De acordo com Rocha, a qualidade das águas das três represas do sistema municipal varia de “péssima” a “ruim” no Índice de Conformidade ao Enquadramento (ICE). O sistema municipal de abastecimento de água de Juiz de Fora é integrado pelo Ribeirão do Espírito Santo, a represa de Chapéu D’Uvas, a represa Dr. João Penido e a represa de São Pedro. Dados apresentados no livro mostraram que cada manancial contribui com volumes diferentes de água, totalizando 2.100 litros por segundo (l/s). Esses valores, segundo o pesquisador, têm vinculação direta com a entrada de carga orgânica e sedimentos oriundos dos impactos da ação humana nas três represas. “As pessoas olham essas represas de um ponto de vista econômico exploratório, ou seja, querem construir nas suas margens, criar gado, praticar silvicultura e esportes náuticos, o que traz riscos futuros para o abastecimento”, alertou. Desafio é frear especulação imobiliária Frear construções às margens das represas é um desafio, aponta estudo Reprodução/TV Integração O professor explicou, ainda, que o desafio é frear a especulação imobiliária nas margens e nas bacias de todas essas represas. “À medida que a água fica mais comprometida, o custo do tratamento aumenta, rebatendo no bolso do contribuinte. Além disso, existem os riscos à saúde da população oriunda de alguns elementos que não conseguem ser eliminados até mesmo no tratamento avançado”, finalizou. Em nota, a Cesama explicou que a água que chega na casa das pessoas é a água tratada pela companhia, que realiza periodicamente o monitoramento dos mananciais nos pontos de captação de água para abastecimento no município. Afirmou, ainda, que não tem tido problemas para tratar a água dos diferentes mananciais que abastecem a cidade. "A companhia segue as determinações da legislação federal vigente, para que a água tratada e distribuída esteja dentro dos padrões de potabilidade exigidos, garantindo um produto de excelente qualidade na casa dos juiz-foranos", finalizou em nota. LEIA TAMBÉM: INVESTIGAÇÃO: Escrivã morta não contou sobre assédio sofrido na Polícia Civil de MG para poupar a família, diz pai ABASTECIMENTO: Nova adutora deixa Juiz de Fora com estrutura para abastecer quase 1 milhão de pessoas ACIDENTE: Criança de 7 anos morre atropelada por caminhão enquanto voltava da escola em Além Paraíba 📲 Confira as últimas notícias do g1 Zona da Mata 📲 Acompanhe o g1 no Facebook e Instagram 📲 Receba notícias do g1 no WhatsApp e no Telegram VÍDEOS: veja tudo sobre a Zona da Mata e Campos das VertentesFONTE: G1 Globo