AI denuncia atrocidades do Exército eritreu após acordo de paz na Etiópia

04 set 2023
Fique por dentro de todas as notícias pelo nosso grupo do WhatsApp!

Soldados eritreus continuaram cometendo estupros e execuções de civis no Tigré, apesar da assinatura de um acordo de paz naquela região do norte da Etiópia, denunciou a Anistia Internacional (AI).

O conflito entre o Exército etíope, apoiado pelas Forças Armadas da Eritreia, e os rebeldes do Tigré foi caracterizado por atrocidades cometidas por ambos os lados.

"As forças de defesa eritreias (EDF) cometeram crimes de guerra e, talvez, crimes contra a humanidade, logo antes e depois da assinatura", em 2 de novembro de 2022, do acordo que pôs fim ao conflito no Tigré, apontou a organização internacional em um relatório que será publicado nesta terça-feira (5).

A Anistia Internacional elaborou o estudo a partir de 49 entrevistas por telefone com sobreviventes, parentes das vítimas e outras testemunhas no norte da Etiópia e sul da Eritreia.

Nos arredores da cidade de Kokob Tsibah, a cerca de 20 km da fronteira com a Etiópia, soldados eritreus "mantiveram 15 mulheres reféns por quase três meses em seu acampamento", denunciou a ONG. De 1º de novembro de 2022 a 19 de janeiro de 2023, os soldados "estupraram repetidamente essas mulheres e as submeteram a condições comparáveis à de escravidão sexual. Elas sofreram violência física e psicológica, e foram privadas de água, comida e cuidados médicos".

Segundo a AI, as forças eritreias executaram mais de 40 civis nas localidades de Kobob Tsibah e Mariam Shewito, a 100 km da fronteira com a Etiópia.

A Eritreia é governada com mão de ferro por Issaias Afeworki desde que se tornou independente da Etiópia, em 1991. Órgãos internacionais a consideram um dos países mais repressivos do mundo.


FONTE: Estado de Minas


VEJA TAMBÉM
FIQUE CONECTADO