Aliado de Trump fracassa em tentativa de presidir a Câmara nos EUA
O congressista Jim Jordan, muito próximo do ex-presidente republicano Donald Trump, não conseguiu nesta terça-feira (17) ser eleito para presidir a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos no primeiro turno de votação, mergulhando o Congresso em uma nova crise.
Jordan, no entanto, decidiu manter sua candidatura ao cargo de presidente da Câmara por várias rodadas, o que significa que poderá consegui-lo. A segunda votação está prevista para a manhã desta quarta-feira.
O Congresso tem duas câmaras: o Senado, onde os democratas do presidente Joe Biden são maioria, e a Câmara de Representantes, nas mãos dos republicanos.
O órgão legislativo está sem presidente desde a destituição histórica de Kevin McCarthy em 3 de outubro, que privou a instituição de muitas de suas prerrogativas, como a adoção de medidas em apoio a Israel ou à Ucrânia.
- Ucrânia, Israel -
Por ter maioria, os conservadores são responsáveis por eleger o presidente da casa, mas estão há semanas sem chegar a um acordo sobre o sucessor de McCarthy.
Depois de inúmeras negociações, Jim Jordan, membro da ala mais conservadora do partido, e, atualmente, único candidato republicano na disputa, não conseguiu apoio suficiente durante uma votação no plenário da casa.
Vinte congressistas republicanos, em sua maioria moderados que criticam Jordan por suas posições extremas, votaram contra ele. Seus detratores também o criticam por nunca ter conseguido aprovar sequer um projeto de lei em seu nome, embora atue no Congresso desde 2006. Segundo várias classificações, ele é considerado um dos congressistas menos produtivos da Câmara.
A eleição pode durar dias. Kevin McCarthy, por exemplo, teve que disputar 15 rodadas e fazer muitas concessões para chegar ao cargo.
Os republicanos querem evitar a qualquer custo reviver essa situação humilhante, acompanhada no início do ano por emissoras de TV de todo o país. Até agora, tem sido em vão.
- Mobilização por Israel -
Em uma instituição ainda marcada pelo ataque ao Capitólio, os democratas denunciam a posição ambígua de Jordan sobre as eleições presidenciais de 2020, eleições que Donald Trump ainda descreve, sem provas, como "roubadas".
Congressistas do partido de Joe Biden, com minoria na Câmara, alinharam-se em torno da candidatura de seu líder, Hakeem Jeffries, mas também não obtiveram votos suficientes.
A pressão aumenta para que a Câmara volte aos trilhos enquanto o Senado prepara um pacote para Israel, que incluirá "ajuda militar, diplomática, humanitária e de inteligência", detalhou o líder democrata Chuck Schumer na terça-feira, que espera ser adotado "nas próximas semanas".
O Senado também deverá votar uma resolução condenando o grupo islamita palestino Hamas e debater na quarta-feira a confirmação de um novo embaixador em Israel.
"Como aliado mais próximo de Israel, os Estados Unidos devem dar o exemplo, apoiando as suas ações para se defender durante o tempo que for necessário", insistiu o seu líder republicano, Mitch McConnell.
FONTE: Estado de Minas