Argentina unifica pagamentos de julho com FMI
O governo argentino decidiu unificar os vencimentos da dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI) que ocorrem durante o mês de julho em um único pagamento no final do mês, informou uma fonte do Ministério da Economia nesta quinta-feira (6).
A decisão foi tomada em meio às conversas com o organismo multilateral para flexibilizar algumas das metas do programa de crédito de 44 bilhões de dólares (216 bilhões de reais na cotação atual).
A Argentina também aguarda um novo desembolso dos Direitos Especiais de Saque (DEG, reservas do Estado no FMI), que poderia ser usado para pagar os vencimentos.
Nesta sexta-feira, deveria enfrentar um pagamento de 1,3 bilhão de dólares (6,4 bilhões de reais na cotação atual), que será consolidado com o restante das obrigações de julho, totalizando cerca de 2,5 bilhões de dólares (12,3 bilhões de reais na cotação atual).
A consolidação de pagamentos é um recurso que a Argentina pode adotar, como fez com os vencimentos de junho, no valor de 2,7 bilhões de dólares (13,3 bilhões de reais na cotação atual), pagos no dia 30 do mesmo mês com DEG e iuanes - uma fórmula que pode ser repetida em julho.
Este ano, a Argentina renovou um acordo de swap de moedas com a China no valor de 130 bilhões de iuanes, o equivalente a cerca de 19 bilhões de dólares (93,6 bilhões de reais na cotação atual). O primeiro acordo de swap com a China foi assinado em 2009 e foi renovado por diferentes governos.
A economia argentina enfrenta dificuldades, com uma inflação interanual acima de 110% e uma taxa de pobreza de 40%, embora a atividade econômica esteja em seu terceiro ano consecutivo de crescimento.
Segundo o último balanço do Banco Central, as reservas internacionais somam cerca de 27 bilhões de dólares (133,1 bilhões de reais na cotação atual), embora a instituição não tenha especificado o valor das reservas líquidas. Analistas privados estimam que esteja no vermelho.
As reservas internacionais eram de 44,608 bilhões de dólares em 2 de janeiro deste ano (219,8 bilhões de reais na cotação atual).
O acordo com o FMI inclui o compromisso de reduzir o déficit fiscal para 1,9% em 2023, e 0,9%, em 2024.
Além disso, o país enfrenta as dificuldades de uma seca histórica que está impactando suas receitas cambiais com exportações agrícolas, estimadas em cerca de 20 bilhões de dólares este ano (98,6 bilhões de reais na cotação atual).
Tudo isso ocorre em um ano de eleição presidencial, que será realizada em 22 de outubro, com primárias obrigatórias para definir os candidatos em 13 de agosto.
FONTE: Estado de Minas