Balanço de vítimas por desnutrição em seita evangélica no Quênia supera os 400 mortos

17 jul 2023
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O balanço do "massacre de Shakahola", nome da floresta do Quênia onde uma seita evangélica que praticava jejum extremo se reunia, subiu, nesta segunda-feira (17), para 403 mortos após a descoberta de 12 novos corpos, anunciou uma autoridade regional.

"Nossa equipe médico-legal pôde exumar 12 corpos hoje", segunda-feira, declarou à imprensa a prefeita da região da costa, Rhoda Onyancha, que acrescentou em uma mensagem à AFP que o "balanço total" é "de 403 mortos".

As autoridades esperam que o balanço aumente, já que as buscas pelas valas comuns em uma ampla região do litoral queniano continuam quase três meses depois da descoberta das primeira vítimas.

A polícia considera que a maioria dos corpos exumados são de seguidores da Igreja Internacional das Boas Novas (Good News International Church), criada pelo autoproclamado pastor Paul Nthenge Mackenzie, que defendia jejuar até a morte para "se encontrar com Jesus".

Esse ex-motorista de táxi está preso desde 14 de abril e será processado, entre outras acusações, por "terrorismo".

Outras 16 pessoas são acusadas de pertencer a um grupo de homens encarregados de vigiar para que nenhum fiel acabasse com o jejum ou escapasse da floresta, localizada perto da cidade litorânea de Malindi.

As autópsias realizadas até agora revelaram que a maioria das vítimas morreu de fome, logo depois de escutar orações.

Algumas das vítimas, entre elas crianças, foram estranguladas, agredidas ou asfixiadas, segundo as autópsias.

O ministro do Interior anunciou que a floresta de Shakahola será declarada como "memorial".

No mês passado, a Justiça abriu um processo por "tentativa de suicídio" contra 65 adeptos que se recusaram a comer depois de serem retirados da floresta.

Esses processos foram condenados por grupos de defesa dos direitos humanos. A ONG Comissão Nacional de Direitos Humanos do Quênia denunciou uma "decisão inadequada (que) traumatizará os sobreviventes no momento em que precisam desesperadamente de compreensão".


FONTE: Estado de Minas


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