Banda Restart fala sobre turnê de reencontro, cita mudanças em marca visual e relembra assédio e críticas

21 set 2023
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Pe Lu e Koba participaram da edição ao vivo do podcast g1 ouviu. No programa, eles ainda pediram renovação musical no rock: 'A gente precisa de gente nova tocando uma guitarrinha.' Restart no g1 ouviu

Celso Tavares/g1

Pe Lu e Koba, do Restart, falaram sobre a turnê "Pra Você Lembrar", que marca um último adeus dos músicos ao grupo, durante participação na versão ao vivo do podcast g1 ouviu nesta quinta-feira (21).

Logo no início do programa, os músicos comentaram que o grupo "namorava" esse momento anualmente. Mas aproveitaram a celebração de 15 anos da banda para colocar a ideia em prática, marcando a despedida que eles nunca tiveram.

Pe Lu comentou que a ideia não é trazer trabalhos inéditos nesse momento. "Não é o foco agora. A ideia é ser uma turnê nostálgica", disse o músico. Mas também não descartou a ideia para o futuro: "Isso não é um não. Se rolar naturalmente, a gente faz".

Eles ainda contaram que, ao longo dos 8 anos de pausa, receberam diversos convites para o reencontro, mas negaram, citando que "não era o momento".

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Calças coloridas

Koba explicou que a turnê deve trazer uma versão mais amadurecida da marca visual do grupo (como as famosas calças coloridas).

"Esses 8 anos foram importantes pra cada um buscar caminhos individuais. Isso é muito rico. Cada um traz bagagem nova. E visualmente a gente entendeu que cada um traz sua personalidade", disse o músico.

Pe Lu, que está com 32 anos, disse que a banda não estará no palco com as mesmas roupas porque, hoje, já são pessoas diferentes.

Koba relembrou que, desde o início do grupo, eles sempre tiveram um pensamento diferenciado sobre a estética visual da banda.

"A gente sempre pensou muito no Restart como um projeto 360. Primeira vez que colocamos um site no ar, já tinha proposta de trazer um lifestyle pra galera se identificar. Era uma coisa que a gente via a galera fazendo lá fora."

Restart fala sobre as calças coloridas, que marcaram identidade visual da banda

Mudança no consumo musical

O consumo musical também fez parte do bate-papo e Pe Lu citou que o Restart "foi, talvez, parte dos últimos artistas que ainda conseguiram vender CD, que era como o mercado consumia música".

Eles explicaram como lidavam com as redes, que começavam a surgir no momento em que eles estavam no auge, e disseram que se dividiam nas postagens.

"A gente apareceu no começo das redes sociais, era um conceito que não existia antes. A gente usou muito Orkut como senso de comunidade. As redes sociais foram muito importantes pra gente pra gerar uma comunidade além de uma fanbase", disse Koba.

"Era uma novidade acompanhar dia a dia do artista sem estar ao lado dele."

Koba comentou que o episódio no qual precisaram cancelar um evento por causa da lotação inesperada -- gerando o meme "puta falta de sacanagem" -- foi uma virada de chave para eles.

"Foi importante pra gente entender que não estávamos movimento apenas pessoas no online, mas também no offline".

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Fama e críticas

Koba falou sobre o impacto da fama, relembrando que não podia mais ter uma vida normal. "Teve momento que a gente não conseguia mais ir ao shopping e isso dá uma pirada na cabeça", citou o músico. Ele ainda comentou que os 8 anos de pausa foram importantes para resgatar o emocional.

"Ninguém está preparado pra ter uma vida superexposta. No começo disso, a gente se divertia muito com o fato de reconhecerem a gente nas ruas. A TV ampliou muito isso. Cada um viveu experiencia muito particular. Pra mim, foi transformador, de não saber como lidar com isso, era o fato de não poder mais ter uma vida normal, ir aos lugares normal", comentou Koba.

"Passamos por momentos de quase pessoas se machucarem em um shopping pois souberam que a gente estava lá."

Pe Lu completou dizendo que a proximidade com a vida real ajuda o grupo a manter a cabeça mais no lugar. "A gente não almeja ser celebridade. Em algum nível a gente é, mas esse não é o objetivo da banda. Vou continuar indo na padaria, pagar conta no banco...".

Eles ainda comentaram sobre como lidavam com as críticas, relembrando as vaias recebidas em algumas premiações. "Aprendemos a ignorar críticas que não eram construtivas muito cedo", disse Koba.

Pe Lu ainda relembrou as vaias no VMB 2010 e comentou que as notícias que saíram na época deixaram uma percepção errada sobre o grupo.

"O Restart não foi tão odiada assim. A gente está vendo isso agora. Hoje a gente sabe como hate engaja. Quinze anos atrás, já era um pouquinho isso."

"Acho que a gente erroneamente colocou holofote nisso. Porque a gente sempre teve muito mais apoio."

Outro tema abordado no g1 Ouviu foi como a banda lidava com comentários que sempre associavam o trabalho da grupo com questões de sexualidade de forma muito preconceituosa. "Ser quem a gente era, possibilitou que as pessoas fossem quem elas eram", afirmou Pe Lu.

Koba, do Restart, fala sobre o impacto da fama: 'Não poder ter uma vida normal'

Renovação no cenário do rock

Pe Lu e Koba encerraram o bate-papo incentivando a formação de novas bandas de rock. E citaram o sertanejo como exemplo de união.

"O movimento precisa de renovação o mesmo tanto que precisa dos ídolos antigos. E no rock a gente sentiu isso. O novo não era levado como “a gente não é da mesma turma”. Isso foi uma percepção muito burra", analisou Pe Lu.

"Nesse momento de nostalgia, que bandas estão reativando, a gente tem visto esse movimento de união de gerações para que uma nova geração fique confortável em fazer uma banda de rock de novo."

O músico ainda afirmou que tem uma percepção otimista do futuro e pediu: "A gente precisa de gente nova tocando uma guitarrinha".

"Restart não foi tão odiada assim", diz Pe Lu


FONTE: G1 Globo


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