Bares em BH recebem trituradoras de vidro para otimizar gestão de resíduos
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Embalagens de vidro acumuladas em pilhas de sacos de lixo compõem a realidade de bares por todo o país. Nessa toada, alguns desses estabelecimentos comerciais em Belo Horizonte têm utilizado máquinas trituradoras que facilitam a gestão dos resíduos e, consequentemente, a destinação correta dos materiais, que acabam sendo reciclados nas indústrias.
A iniciativa é da empresa Owens Illinois (O-I) por meio de parcerias com a Heineken e a startup Grupo Seiva no projeto intitulado “Volte Sempre”. A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) de BH, que reúne 1600 associados, também é uma das apoiadoras do projeto e parceira da O-I no mapeamento dos estabelecimentos potenciais para participar do projeto.
Além da capital mineira, bares em São Paulo, Rio de Janeiro e Recife estão aderindo a esse método de controle, que consiste em colocar as máquinas trituradoras nesses estabelecimentos.
Segundo a Owens Illinois, as 143 máquinas trituradoras, viabilizadas pela empresa na primeira fase do projeto, já estão sendo instaladas nos estabelecimentos parceiros.
“O vidro será triturado e escoado para bombonas com capacidade para armazenar até 400 longnecks trituradas. Na etapa seguinte, os cacos de vidro serão recolhidos e levados por caminhões até as fábricas da O-I. O plano de expansão prevê a instalação de 763 máquinas até 2025. A estimativa é coletar 115 mil toneladas de vidro, com uma redução de 61.118 toneladas de CO² lançadas na atmosfera no período de cinco anos”, afirma a empresa, por meio de sua assessoria.
Esse processo, ainda de acordo com a O-I, reduz em até 75% o volume do vidro, além de evitar a contaminação que pode ocorrer no contato com outros resíduos quando a coleta não é seletiva.
Para testar o modelo, no início do ano, a O-I desenvolveu um teste com duração de 90 dias e meta de arrecadar 30 toneladas de cacos. Em janeiro, cinco bares da região de Belo Horizonte participaram da experiência, e 98% da meta foram atingidos em apenas 50 dias, conforme dados divulgados pela empresa.
O Vaca Loka Lounge Bar, situado na região nordeste de Belo Horizonte, foi um dos primeiros estabelecimentos a aderir ao projeto. “Economizei muito em material de limpeza. Eu usava seis fardos de sacos de lixo, ou seja, 600 sacos de 200 quilos por semana só para as garrafas. Eram quatro containers de 2,6 mil litros todos os dias. Hoje, uso oito bombas de 18 litros”, explica Vando Fontes, dono do local.
O Why American Pub, localizado no Bairro Prado, é outro estabelecimento parceiro. “Eu gastava muito com sacos de lixo. Depois tinha o trabalho de armazenar, colocar nos sacos, separar, fechar e, com o tempo, ia gerando mau cheiro por conta dos resíduos de cerveja. Diminuiu nosso trabalho e a mão de obra”, pontua o proprietário, Fabio Junio Rodrigues.
Vale dizer que a iniciativa de circularidade vai ao encontro das diretrizes do Decreto Federal 11.300, publicado em dezembro de 2022, que institui o sistema de logística reversa de embalagens de vidro e distribui a responsabilidade pelo destino correto do material aos fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes e consumidores.
FONTE: Estado de Minas